Uma mulher insatisfeita com o atendimento que a irmã vinha recebendo no Hospital de Emergência de Resende (RJ) jogou um carro dentro da sala de recepção na tarde desta quarta-feira (20). O veículo estourou uma porta de vidro e seguiu por mais de 10 metros para dentro da unidade, espalhando estilhaços por todo o espaço (assista ao vídeo abaixo).
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) December 21, 2023
A cena assustou funcionários, pacientes e acompanhantes que estavam no local. Ninguém ficou ferido.
A motorista saiu do veículo muito nervosa, reclamando do atendimento aos gritos.
Segundo a Polícia Civil, o episódio foi proposital e ela foi presa em flagrante por dano qualificado e direção perigosa.
“Quando ela sai de casa, ela já sai com essa intenção. Então, a intenção não era apenas socorrer a sua irmã. A intenção era descontar toda a sua raiva no hospital, colocando em risco diversas pessoas que estavam ali”, disse o delegado Michel Floroschk.
A mulher já tinha levado a irmã ao hospital, por volta de meio-dia, por causa de uma contusão no joelho.
“Foi constatado que não havia trauma, apenas escoriações. Às 12h16, ela foi medicada e minutos depois liberada, pois não havia nenhuma indicação de internação ou qualquer outro tratamento”, informou a prefeitura, responsável pela administração do hospital, em um primeiro posicionamento (entenda abaixo).
Por volta de 15h, a irmã voltou a sentir dor. “E aí ela acionou novamente o Samu e o Samu falou: ‘Olha, estamos em um outro atendimento e logo iremos buscar a sua irmã”, acrescentou o delegado.
Paciente é transportada no porta-malas
Desesperada e sem querer esperar a ambulância diante do problema, a mulher transportou a irmã, que sofre de obesidade, deitada no porta-malas do carro. No caminho para o hospital, ela chegou a pegar a Via Dutra com o veículo com a porta do porta-malas aberta (veja no vídeo abaixo).
“Chegando na porta do hospital, ela engatou a primeira e invadiu o hospital, quebrando a porta, quebrando tudo”, disse o delegado.
A limpeza dos estilhaços do vidro foi feita e o hospital seguiu funcionando normalmente — não houve interrupção no atendimento.
Estilhaços se espalharam pela recepção do hospital — Foto: Reprodução/Redes sociais
Hospital abre sindicância
Durante a madrugada, familiares e amigos informaram que a irmã da motorista havia sofrido uma fratura e que, por isso, ficou internada.
Embora tenha afirmado inicialmente que o exame realizado na paciente não tenha apontado fratura, “apenas escoriações”, a prefeitura divulgou à noite um novo comunicado dizendo que o Hospital de Emergência havia instaurado uma sindicância para apurar o caso.
A produção da TV Rio Sul entrou em contato com a prefeitura para confirmar a identificação da fratura, mas não havia obtido um retorno até a última atualização desta reportagem.
Leia na íntegra a 1ª nota da prefeitura:
“A mulher havia trazido sua irmã com uma contusão no joelho. Às 11h52 ela foi atendida na recepção; às 11h55 pelo ortopedista, que indicou a realização de Raio-X e, após a realização do exame, foi constatado que não havia trauma, apenas escoriações. às 12h16 ela foi medicada; e minutos depois, liberada, pois não havia nenhuma indicação de internação ou qualquer outro tratamento.
Por volta das 15h, mais de duas horas depois, a mulher volta trazendo sua irmã no porta-mala do carro, e entra com o carro na Hospital de Emergência, quebrando o vidro de entrada, mas, felizmente, não ferindo ninguém. A PM levou a mulher para apurar o caso.”
Leia na íntegra a 2ª nota da prefeitura:
“Diante do fato ocorrido na tarde desta quarta-feira, dia 20, o Hospital de Emergência Henrique Sérgio Gregori informa que, para dar transparência ao caso, foi instaurada uma sindicância para apurar a conduta médica”.
Mulher vai ficar presa
A motorista foi levada para a delegacia e vai ficar presa. Ela passará por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (21) que vai definir se ela responderá em liberdade ou terá a prisão preventiva decretada.
“No momento, a fiança não vai ser arbitrada porque ela deve passar por audiência de custódia, até mesmo para ver se ela coloca em risco a sociedade, ou não”, concluiu o delegado.
G1