A Justiça de São Paulo determinou a penhora de R$ 466,4 mil da Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada em 1998 pelo apóstolo Valdemiro Santiago.
A ordem foi dada pelo juiz Marcos Duque Gadelho Júnior em um processo originalmente aberto por um escritório de advocacia que cobra uma dívida em honorários estimada em cerca de R$ 15 milhões (valores calculados em agosto de 2023).
O dinheiro penhorado não foi encontrado nas contas da Igreja Mundial do Poder de Deus, mas de uma outra instituição religiosa denominada “Igreja Mundial Mais que Vencedores”, que tem outro CNPJ.
De acordo com a Justiça, nos cultos, os pastores da Igreja Mundial original indicam os dados bancários da nova igreja para a obtenção de doações. A estratégia estaria sendo utilizada justamente para tentar driblar os credores, uma vez que a Igreja Mundial do Poder de Deus é alvo de centenas de ações de execução.
À Justiça, a Igreja Mundial Mais que Vencedores disse que não pode ser responsabilizada pela dívida de Igreja Mundial do Poder de Deus, argumentando que não pertence ao mesmo grupo econômico. Disse ter CNPJ diferente, sede diversa e outros representantes legais. “Não existe confusão entre os patrimônios das igrejas”, afirmou.
A Justiça não aceitou a argumentação.
A Igreja Mundial do Poder de Deus tentou evitar a penhora de suas contas bancárias argumentando à Justiça que a medida causa grande impacto para a sua sobrevivência.
Afirmou que sua receita é composta basicamente por contribuições voluntárias de fiéis e que estas doações não podem ser penhoradas de acordo com a legislação. Disse ainda que ofereceu bens para o pagamento da dívida.
A Mundial chegou a pedir a suspensão do processo de cobrança por 180 dias sob alegação de que, por conta da pandemia do coronavírus e a limitação ao funcionamento dos templos, passou a enfrentar uma grave crise financeira.
Fundada em Sorocaba pelo apóstolo Valdemiro, um dissidente da Igreja Universal, a Mundial afirma em seu site possuir 6.000 templos no Brasil e no exterior.
UOL