Opinião de J.R. Guzzo na Gazeta do Povo.
De todas as mentiras que o MST conta e que a mídia publica obedientemente a cada dia, cobrindo um leque que vai das “queimadas na Amazônia” até o envenenamento da população brasileira pelo uso de “agrotóxicos”, nenhuma é tão safada quanto a que os seus chefes utilizam com mais barulho: a de que o MST é a favor da reforma agrária. É o oposto, justamente – o MST é contra a reforma agrária. Na verdade, é hoje o maior inimigo da reforma agrária em todo o Brasil. É simples. Reforma de verdade no campo, para promover prosperidade entre os agricultores pobres e reduzir as desigualdade e injustiças, significa dar terra a quem quer trabalhar – junto com o título oficial de propriedade que vai fazer do beneficiado, legalmente, um verdadeiro proprietário rural. É a única reforma agrária que existe. O resto é pura, simples e absoluta tapeação. Pois muito bem: o MST, sem qualquer disfarce, é abertamente contra a distribuição de títulos aos “camponeses”, como eles chamam o homem do campo.
Se isso não é sabotar a reforma agrária, o que seria? Ainda outro dia, os chefes do MST impediram à força a distribuição de títulos aos novos proprietários de uma área rural no Pará, no assentamento de Palmares. Não adiantou nada. Uma vez escrito no papel, o título fica valendo como uma escritura de propriedade, e o MST não pode fazer coisa alguma a respeito; o INCRA simplesmente entregou os papéis em outra ocasião, pouco depois. Mas mostra de maneira indiscutível a aberração que o “movimento dos sem- terra” construiu no Brasil: uma organização que diz lutar pelos pobres do campo, e vive de doações para manter as suas “lutas”, é contra a entrega de terras para eles. Essa entrega está sendo feita pelo governo – e a esquerda brasileira não admite, simplesmente não admite, que esse governo, “antidemocrático” e sabe lá Deus quanta coisa mais, faça o que ela jamais foi capaz de fazer.
Nos últimos três anos, o governo já entregou 370.000 de propriedades – mais do que os governos Lula e Dilma, somados, fizeram em quase catorze anos no poder. Ou seja, na prática, quem está realmente fazendo a reforma agrária no Brasil é a administração do presidente Bolsonaro, e não Lula. É uma humilhação para o MST-PT-etc., que veem exposta a sua mentira. Mas a luta contra a entrega de títulos é também a tentativa desesperada de combater o progresso no campo e impor o modelo totalitário da esquerda para a agricultura brasileira. O MST não quer que se faça transferência de propriedade na área rural; não quer que o agricultor sem terra possa ser dono de sua terra. Quer tirar terras dos atuais proprietários, através da “desapropriação”, e passar tudo para o seu controle direto, com o objetivo de fazer a “exploração coletiva” das fazendas. Os agricultores pobres continuariam sem ser donos de nada, trabalhando para o “coletivo”. Continuariam escravos.
Essa entrega está sendo feita pelo governo – e a esquerda brasileira não admite, simplesmente não admite, que esse governo, “antidemocrático” e sabe lá Deus quanta coisa mais, faça o que ela jamais foi capaz de fazer.
O que o MST quer é um regime de senzala para a agricultura brasileira, onde o senhor da Casa Grande é ele próprio – e só ele. Lula promete em seus comícios que esses campeões da “reforma agrária” vão ter posições de “importância” em seu governo.