Por 17 votos favoráveis contra 10, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a sabatina, entre outros assuntos, o ministro foi questionado sobre a atuação que poderá ter na Suprema Corte, as imagens do Palácio da Justiça referentes ao 8 de janeiro que, em maioria, não foram entregues à CPMI e sua parcialidade.
Ao lado de Dino, o nome do indicado à Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet, também foi aprovado para o posto por 23 votos a favor. A sabatina de ambos foi simultânea, durando mais de dez horas. Agora os dois seguem para o plenário do Senado, onde precisam de, no mínimo, 41 votos para se tornarem oficialmente ministro do STF e PGR, respectivamente.
A ida de Flávio Dino ao STF marcará, na verdade, um retorno ao Poder Judiciário. Antes de entrar para a política partidária, ele atuou como juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região de 1994 a 2006.
Depois de deixar a magistratura, ele foi eleito deputado federal pelo PCdoB do Maranhão. Com o fim do mandato como parlamentar, que foi de 2007 a 2011, foi presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) de 2011 a 2014.
Flávio Dino deixou o comando da Embratur para se candidatar a governador do Maranhão. Venceu a disputa e foi reeleito em 2018. Ele deixou o governo com o Estado nordestino liderando os piores índices socioeconômicos do país.
Durante seu segundo mandato como governador do Maranhão, Flávio Dino deixou de ser comunista e passou a ser um socialista. Isso porque trocou o PCdoB pelo PSB. Pelo novo partido, foi eleito senador no ano passado. Contudo, ao ser a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, nem chegou a atuar no Senado.
Natural de São Luís, Dino tem 55 anos. Dessa forma, ele poderá permanecer como ministro do STF por até duas décadas.