Algumas das facções do Primeiro Comando da Capital (PCC) planejavam sequestrar e matar servidores públicos e autoridades. Um dos integrantes do grupo criminoso, conhecido apenas como “Neymar”, participaria de um desses sequestros.
Conforme o site Metrópoles, cinco integrantes da Sintonia Restrita — célula que trata de assuntos extremamente sigilosos e relevantes para a cúpula da facção — participaram do plano, dois deles ainda desconhecidos da polícia.
Segundo o relatório de inteligência do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o grupo de “Neymar” do PCC foi escalado a levantar os endereços dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Janerson Aparecido Mariano Gomes, apelidado Nefo, atualmente preso na Penitenciária Regional de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, escalou Sandro dos Santos Olímpio, o Cisão, e dois outros integrantes, conhecidos somente como Felipe e Neymar.
As autoridades não identificaram por completo quem é o integrante que usa o nome do atacante da seleção brasileira de futebol. A polícia não sabe, ao menos por ora, se é um apelido ou se é um xará do jogador de futebol.
Gastos do grupo de “Neymar” do PCC para o sequestro
Anotações sobre a prestação de contas do PCC no Distrito Federal revelam que, em maio, junho e julho de 2023, o grupo criado para a “missão em Brasília” gastou R$ 2,5 mil por mês com aluguel.
O imóvel seria usado como base de apoio. Segundo o Metrópoles, os bandidos também gastaram cerca de R$ 4 mil com transportes por aplicativo, utilizado por 15 dias para “correr atrás de terreno para compra”.
Em dois meses, conforme o Ministério Público, a célula desembolsou R$ 44 mil para a compra de “aparelhos celulares, aluguel de imóvel, transporte, seguro, IPTU, alimentação, hospedagem, mobília do imóvel, compra de eletroeletrônicos, etc”.
Policia Federal descobriu operação
Em megaoperação deflagrada em 22 de março, a Polícia Federal (PF) foi às ruas para prender integrantes do PCC.
Conforme as investigações, os criminosos pretendiam sequestrar e matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya.
Por volta de 120 policiais cumpriam 24 mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária em cinco unidades da federação. Além de Moro, os criminosos pretendiam matar a mulher dele, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP), e os filhos do casal.
Os planos de ataque haviam sido descobertos pelo Ministério Público de São Paulo, que compartilhou as informações com a PF. De acordo com as investigações, a missão tinha como objetivo obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC.