Após vídeos de mulheres seminuas dançando no “bar da putaria”, em Ceilândia, virilizarem, o local passou a viver noites mais discretas, a exemplo da última sexta-feira (8/12). Ao contrário do que o Metrópoles mostrou dias atrás, quando imagens de pessoas rebolando de calcinha e fazendo gestos obscenos ganharam repercussão, o estabelecimento passou a exigir que clientes se vestissem de forma adequada. Por vezes, vendedores de rosas iam às mesas para tentar vender flores, dando um ar de romantismo ao ambiente.
Apesar disso, com um repertório que variava entre funk e pagode, a música continuou alta por toda a noite. O “bar da putaria” fica em frente a uma faculdade. Por essa razão, o local tem uma clientela bem jovem e começa a ficar mais cheio depois das 22h. Nesse horário, os frequentadores podem aproveitar melhor o espaço, que oferece um cardápio variado de essências para narguilé, o ponto forte da casa.
Por outro lado, recentemente, o bar vem gerando transtornos aos moradores da região. Além do barulho, há reclamações de brigas, confusões e lixo espalhado pela calçada.
Em nota publicada nas redes sociais, na última terça-feira (5/12) , o “bar da putaria” disse que “não compactua com comportamentos inadequados que possam infringir a lei” e que “os fatos estão sendo apurados e todas as medidas possíveis para inibir tais condutas serão tomadas”.
No primeiro dia do fim de semana após a publicação, as medidas tomadas foram percebidas, principalmente nos trajes utilizados. Desta vez, não havia pessoas rebolando com as roupas íntimas à mostra. Além disso, o segurança e os garçons do estabelecimento não precisaram conter nenhuma briga.
O “bar da putaria”
Vídeos gravados pelos moradores da QNN 23 confirmam os relatos de perturbação de sossego referentes ao local. Em um deles, uma vizinha mostra o barulho após as 22h, que chega em alto volume ao interior do prédio mais próximo ao local.
“Isso não pode mais continuar. Estou dentro do meu prédio, não tem condições disso, não. Fora quando fazem xixi na porta, quando entra morador e tem casal quase tendo relação sexual. Já vi várias vezes [gente] bolando maconha, cheirando carreira de pó”, detalha uma denunciante.
Os vizinhos estão se mobilizando para tentar fechar o bar por diversos meios. Eles já procuraram a Administração de Ceilândia, chamaram a polícia por diversas vezes nas noites mais caóticas e, agora, juntam vídeos, áudios e outras provas dos transtornos.
A situação é ainda mais grave porque um outro estabelecimento ao lado do bar da putaria também acumula problemas. No condomínio em que foi feito o vídeo, por exemplo, o portão de entrada fica bem no meio dos dois comércios, e o local é abarrotado de sacos de lixo. Quem mora ali cita uma “competição pelo som mais alto”.
Brigas e “inimigos do fim”
Em setembro, uma briga generalizada na região, envolvendo clientes dos bares e seguranças, acabou chamando a atenção, e vídeos viralizaram em grupos de moradores. Já era mais de meia noite quando a confusão teve início.
O “bar da putaria” funciona de terça a domingo até as 2h. Vizinhos dizem que não são raras as vezes em que as festas incômodas se estendem e vão até o sol raiar. No grupo de WhatsApp do condomínio mais próximo, são vários os relatos referentes ao estabelecimento.
“O som está terrível. O grave chega a entrar no último andar”; “Eu já pedi revisão do aluguel”; “Eu mesma vou mudar. Não aguento isso, chegar cansada e não conseguir dormir com esse barulho todo”; “O [nome do bar] vai derrubar esse prédio hoje”; “Viramos a Faixa de Gaza.”
Como esses bares têm licença para funcionar, a reportagem optou por, neste momento, não divulgar os nomes dos estabelecimentos. Segundo o Ibram, já há denúncia formalizada contra um dos locais e, no dia da vistoria, “o ruído estava dentro do limite permitido para a área”, mas frisou que ambos serão monitorados.
“A autarquia destaca a importância de a população formalizar, via telefone 162 ou pelo site do sistema ParticipaDF, para que os estabelecimentos sejam incluídos no monitoramento dos auditores fiscais.”
Metrópoles