Nesta segunda-feira (22), o Ministério Público se prepara para pedir uma sentença de prisão contra a vice-presidente argentina Cristina Kirchner por suposta corrupção quando foi presidente (2007-2015), uma punição que, se confirmada, pode retirar seus direitos políticos.
O procurador Sergio Mola abriu a 9ª e última audiência de alegações de acusação com uma revisão dos detalhes do caso, no qual mais de uma centena de testemunhas prestaram depoimento.
Mola considerou que os acusados “traçaram um plano” que pretendia fraudar o Estado por meio da “discricionariedade na utilização dos fundos”.
O julgamento que começou em maio de 2019 investiga se houve direcionamento e superfaturamento na concessão de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político dos Kirchner.
Ao longo das audiências, acompanhadas de maneira remota pelos envolvidos, o MP apontou Kirchner como líder de uma associação ilícita e a acusou de fraude contra o Estado, crimes que podem resultar em uma pena de até 16 anos de prisão.
O Código Penal estabelece que quem for condenado por esses crimes será inabilitado para o exercício de cargos públicos. Para isso, a condenação deve ser endossada pelos tribunais superiores.
Após o encerramento da acusação do MP, a defesa tem 10 dias úteis para começar a expor sua defesa para os 13 réus, o que pode levar vários vários meses.
O veredicto deve ser anunciado antes do final do ano.
O Ministério Público acusa a vice-presidente de liderar uma “associação ilícita” para fraudar o Estado por meio de crimes que começaram na presidência de seu marido, Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010.