O contraventor José Caruzzo Escafura, o Piruinha, de 94 anos, está internado desde sexta-feira em um hospital na Barra para tratar uma pancreatite. A história do bicheiro é contada na série documental “Vale o Escrito”, da Globoplay, que investiga e expõe o submundo do jogo do bicho em uma produção que conta a história de vários dos grandes personagens do crime e sua estruturação na capital fluminense.
Desde a década de 1970, Piruinha controlava o jogo nas regiões de Madureira, Cascadura, Abolição, Piedade, Inhaúma e Maria da Graça. Ele estava entre os 14 banqueiros presos e condenados pela juíza Denise Frossard, da 14ª Vara Criminal, em 1993, por formação de quadrilha ou bando armado. Piruinha e os outros bicheiros receberam a pena máxima de seis anos de detenção.
Nesse mesmo processo, os bicheiros respondiam por tráfico de drogas e tortura. Mas nas alegações finais do julgamento o promotor pediu a exclusão desses crimes, por falta de provas. A sentença, no entanto, foi modificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reduziu a pena para a metade. Por meio de recursos, advogados conseguiram excluir o crime de bando armado. Quase cinco anos depois, todos já estavam soltos.
Por não ser ligado a nenhuma escola de samba, como Castor de Andrade, por exemplo, não tinha muita visibilidade, mas nem por isso era considerado menos violento. Paralelamente ao jogo, explorava outras atividades, como motéis em bairros da Zona Oeste. O bicheiro também foi investigado por uma suposta ligação com uma quadrilha de abortos clandestinos.
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