Dezembro é tipicamente um mês de trabalhos esvaziados na Câmara dos Deputados. Porém, isso não é problema para gastos exorbitantes do Legislativo.
Em 2020, no último mês do ano, os deputados federais ganharam um reembolso de R$ 26 milhões, valor 95% maior que a média verificada nos meses anteriores. O levantamento é do jornal Folha de S.Paulo, divulgado neste domingo, 21.
Dinheiro reembolsado foi economizado na pandemia
No fim daquele ano, havia um valor considerável que fora economizado, tendo em vista que nos meses anteriores não foi necessário gasto semanal com passagens aéreas e nem com combustível — as viagens praticamente cessaram no período mais crítico da pandemia.
No entanto, os parlamentares justificaram à Câmara, para ter acesso ao reembolso, que o dinheiro foi usado para divulgação da atividade parlamentar e contratação de consultorias e pesquisas. Os dados foram disponibilizados pelo site de transparência da Câmara.
A explosão desses gastos coincidiu com a chegada do prazo limite para o desembolso, já que todo o dinheiro reservado para a cota de 2020 que não fosse usado até 31 de dezembro daquele ano voltaria para os cofres públicos.
O objetivo da cota é de reembolsar os parlamentares por gastos com passagens aéreas, alimentação, combustível, aluguel de escritório, propaganda (chamada de “divulgação do mandato”), consultoria, entre outros. O valor varia de R$ 30 mil a R$ 45 mil, a depender do Estado. O dinheiro não usado acumula para os meses seguintes, até dezembro, prazo limite para o uso.
No final de 2020, o Executivo teve que deixar de pagar a primeira leva do Auxílio Emergencial, criado na pandemia de covid-19 para socorrer a população, em nome do equilíbrio das contas públicas. Ao mesmo tempo, a Câmara patrocinou um gasto recorde distribuído aos parlamentares.
Entre os deputados que fizeram o uso da verba economizada ao longo do ano estão Vinicius Gurgel (PL-AP), Marília Arraes (Solidariedade-PE), Christiane Yared (PP-PR), Beto Pereira (PSDB-MS), Fabio Reis (MDB-SE), Éder Mauro (PL-PA), Benedita da Silva (PT-RJ) E Subtenente Gonzaga (PSD-MG).
Créditos: Revista Oeste.