A Polícia Federal (PF) afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que ainda não conseguiu incluir na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) o nome do militante bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido de um mandado de prisão do Supremo. O documento foi enviado a Moraes em setembro, três meses depois de o ministro ter ordenado a inclusão de Eustáquio na lista. Até esta quarta-feira (6/12), o bolsonarista segue fora da lista internacional de pessoas procuradas pela Justiça.
Em 18 de setembro, o coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional da PF, Fábio Mertens, afirmou ao ministro que, apesar da decisão de Moraes em junho e de um reforço desse pedido, a Interpol ainda não havia feito a inserção do nome de Eustáquio na lista vermelha.
O representante da Polícia Federal também disse que a corporação tem feito “diversas e intensas” ações para localizar Eustáquio, que desde dezembro está foragido de uma ordem de prisão determinada por Alexandre de Moraes. Em seguida, o delegado da PF ressaltou que a Interpol não faz inserções de difusão vermelha contra pessoas que pediram refúgio ou asilo político a outros países.
Foi o caso de Oswaldo Eustáquio, que em janeiro solicitou refúgio ao Paraguai e ganhou o direito de permanecer no país provisoriamente, até a decisão final sobre o caso. Por isso, a Polícia Federal não conseguiu prendê-lo em uma operação em março. Em setembro, o Paraguai recusou dar o status ao bolsonarista, que deixou o país.
Tanto ao ordenar a prisão de Eustáquio quanto a inclusão na lista da Interpol, Moraes concordou com pareceres da PF e da Procuradoria-Geral da República. O ministro apontou “fortes indícios” dos crimes de ameaça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito por parte do militante.
Enquanto a Interpol não faz a inclusão, Moraes tem feito uma ofensiva contra as contas bancárias da filha de 15 anos de Eustáquio, depois que o militante pediu, nas redes sociais, doações em nome da jovem para driblar bloqueios impostos pelo ministro aos seus recursos. Moraes mandou bloquear ao menos duas contas bancárias da jovem, que, nessa terça-feira (5/12), criticou Moraes, criou mais uma conta e seguiu pedindo doações à família.
Metrópoles/Guilherme Amado