A Justiça da Rússia validou um projeto de lei do ditador Vladimir Putin, que o coloca o ativismo de grupos LGBTs no mesmo patamar de organizações extremistas, como al-Qaeda ou Estado Islâmico.
A medida tomada a portas fechadas pelo Supremo Tribunal do país determina que quem milita no que chama de “movimento internacional LGBT” incita a discórdia social religiosa e está sujeito a penas longas de prisão.
A proibição a esses grupos faz parte de uma repressão crescente à comunidade LGBTQIA+ na Rússia. Em março de 2022, Putin sancionou uma lei que criminaliza qualquer ato que promova “relações sexuais não tradicionais” em filmes, programas de TV ou online e propagandas.
Com a medida, Putin busca reforçar sua imagem como defensor dos valores morais tradicionais contra o Ocidente liberal.
O ditador declarou 2024 como o “Ano da Família” na Rússia. Para opositores do regime, a discriminação de Putin por minorias é uma forma de distração da opinião pública antes das eleições presidenciais para os problemas concretos causados pela invasão russa da Ucrânia.
Repressão aos grupos LGBTs
No país, cirurgias de mudança de sexo e tratamentos hormonais foram proibidos. Pessoas trans devem se divorciar e estão impedidos de adotar filhos.
Na sexta-feira 1º, a polícia realizou uma operação em pelo menos estabelecimentos LGBTQIA+ em Moscou, segundo os veículos de notícias locais Ostorozhno Novosti e Sota.
Houve batidas policiais em boates, bares e saunas gays de Moscou. Grupos de defesa da comunidade deverão partir para a clandestinidade.
Símbolos de movimentos considerados extremistas pelas autoridades, como a bandeira do arco-íris, também passarão a ser vetados.
A exibição desses símbolos pode acarretar a 15 dias de prisão ou 4 anos em caso de reincidência.
Na Rússia também é ilegal promover ou “elogiar” relacionamentos LGBTQIA+, expressar publicamente orientações não-heterossexuais ou sugerir que eles são “normais.”