Nesta semana, a Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta sobre o “risco iminente de colapso” em um dos poços da mina 18 de sal-gema da Braskem. A situação tem provocado o afundamento do solo da cidade, mas não começou agora.
Foi em fevereiro de 2018 que os moradores do bairro do Pinheiro começaram a notar as primeiras rachaduras em suas casas. Uma das rachaduras no bairro chegou a 280 m de extensão.
No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 aumentou ainda mais as rachaduras e crateras no solo, causando danos irreversíveis nas residências. Cinco anos depois, o problema se agravou, e cerca de 60 mil pessoas, incluindo de outros quatro bairros, tiveram de ser evacuadas.
Mineração em Maceió começou em 1970
A mineração começou na década de 1970 na capital alagoana, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que passou a se chamar Braskem depois.
A extração de sal-gema, minério usado para fabricar soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público. Hoje, a Braskem tem 35 minas em Maceió.
No começo de 2019, o piso de um apartamento no bairro do Pinheiro afundou de repente e assustou os moradores. Outros buracos surgiram e a Defesa Civil Municipal evacuou o prédio e também interditou a rua por causa dos riscos.
Alguns meses depois, foi a vez dos moradores dos bairros vizinhos Mutange e Bebedouro serem afetados pelas rachaduras. O piso de algumas casas chegou a ceder, e as paredes passaram a apresentar grandes rachaduras.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a extração de sal-gema feita pela Braskem era a responsável pela instabilidade do solo em maio de 2019. As primeiras ordens de evacuação foram emitidas para os bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Com a agravação do problema, a ordem foi ampliada para parte do Bom Parto e do Farol.
Em novembro de 2019, a Braskem anunciou que iria fechar definitivamente os poços de extração de sal-gema de Maceió. O fechamento total das 35 minas, que têm profundidade média de 886 m, levará em média dez anos, de acordo com o portal g1.
Fonte: Revista Oeste.