Em sua primeira entrevista após a violência doméstica que sofreu do marido, Ana Hickmann deu detalhes do momento em que tudo começou. Segundo ela, a briga entre o casal começou na cozinha e se estendeu para outra parte da mansão onde eles moravam juntos no interior de São Paulo. A apresentadora revelou que contou com a ajuda de um de seus cachorros para afastar Alexandre Correa na hora da agressão.
“Aquele dia 11, pouco depois da hora do almoço, eu estava tendo uma conversa com meu filho na cozinha sobre algumas mudanças que aconteceriam na nossa vida sobre a nossa casa, coisas que ele estava acostumado… A briga começou, eu comecei a ser esquincalhada pelo Alexandre e, infelizmente, acabou terminando do jeito que o Brasil descobriu”, disse a apresentadora à Carolina Ferraz.
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) November 27, 2023
Questionada se o filho havia assistido a agressão, Ana Hickmann respondeu: “Sim. A hora que ele fechou a porta no meu braço, não, mas antes sim”, falou ela. “Ele [Alexandre] reclamou que eu não tinha o direito de falar sobre isso com nosso filho, que eu era uma louca”, contou.
A artista ainda revelou a reação do filho de 10 anos com a briga e afirmou que as discussões em casa eram frequentes. “O Alezinho começou a gritar pra parar. Essas brigas eram constantes em casa, não foi a primeira vez”, disse ela.
Ana explicou que uma funcionária da casa levou a criança de 10 anos para outro lugar após ver os ânimos exaltados. A discussão, segundo ela, continuou. O marido, então, se exaltou e ela questionou se ele iria agredi-la. “Ele veio pra cima com o corpo, e eu questionei: ‘Você vai me bater? Mentir, tudo bem, mas me bater?’. Ele veio sim pra me dar uma cabeçada. Ele não deu porque eu esquivei”, relatou.
Em seguida, Ana Hickmann contou que avisou que chamaria a polícia. “Eu falei que ia chamar a polícia se ele me batesse. Ele me agarrou, ele tinha esse costume de me agarrar quando perdia na conversa, porque essas brigas eram constantes. Eu falava: ‘Não me encosta’ e ele foi ficando mais nervoso”, falou. “Eu comecei a gritar pra ligar pro 190. Eu gritei mesmo. Fiquei com medo dele”, completou.
A apresentadora disse que conseguiu se soltar e correu para entrar em um cômodo no anexo da casa. Ela pegou o celular e ele tentou tirar o aparelho da mão dela. Foi quando ele prensou o braço dela na porta, causando um ferimento. Um dos cachorros de Ana, que estava próxima dela, foi quem ajudou a afastar Alexandre do local.
“Eu estava com o celular na mão, ele viu que não ia conseguir pegar e foi quando ele fechou a porta no meu cotovelo. Na hora, eu não senti dor. Mas meus cachorros estavam atrás de mim, latindo muito. E eu gritei: ‘Pega’. Um dos cachorros pegou e eu consegui fechar a porta. Daí eu já não mexia mais meu braço, ficou inchado”, relatou.
A artista ainda contou: “Ele saiu, gritou do lado de fora e tentou pular a janela… Eu falei que se ele pulasse, eu ia ligar para o 190. Eu liguei. Foram três toques e a policial atendeu”. “Ainda bem que tem o 190 porque se não tivesse, ele teria pulado aquela janela…”, completou.
Ana Hickmann: “A gente não precisa ser mulher de malandro”
Para Carolina Ferraz, a artista disse que, após ligar para a polícia, algumas pessoas próximas tentaram a convencer de não ia na delegacia.
“Depois daquela ligação, tentaram me convencer de não ir na delegacia. No dia seguinte também. Agora eu entendo porque muitas prestam queixa, mas depois voltam atrás. E não é só por medo do agressor não, é porque as pessoas fazem você fazer isso”, disse ela.
Ana disse que ouviu frases de algumas pessoas para fazê-la desistir de dar prosseguimento ao assunto. “Diziam: ‘Pensa no seu filho’, ‘Ele é o pai do seu filho’, ‘O que os outros vão pensar da Ana Hickmann?’. A gente não precisa ser mulher de malandro… Eu não sou mulher de malandro”, disparou.
Em outro momento, Ana afirmou: “Não foi só ajuda pra no ser mais agredida. Foi pra cortar esse ciclo vicioso de uma vez por todas”.
“Ninguém merece ser torturada de nenhuma forma. Eu tô falando da figura de um agressor, de um covarde, de um canalha que acha que tem poder e domínio sobre os outros… E eu dei poder pra esse canalha, pra esse agressor”, disse ela em outro trecho.
Metrópoles