Uma empresa de informática arrematou por R$ 6,2 milhões um único iPhone 14 Pro Max no leilão realizado nesta quarta-feira (22) pela alfândega da Receita Federal do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
As vendas tiveram início às 11h35, pelo portal e-CAC, do Governo Federal. Apenas interessados que apresentaram suas propostas até a noite de terça puderam participar da fase de disputa de lances. Ao todo, o leilão arrecadou R$ 32,4 milhões em 119 lotes.
O valor mínimo que deveria ser oferecido para o lote do iPhone mencionado era de R$ 2.389,00. A proposta apresentada pela empresa foi de R$ 6 mil. Na fase de disputa, outro licitante ofereceu R$ 6.187,00 e o lance foi coberto pelos R$ 6,2 milhões do vencedor.
A empresa arrematou ainda outros cinco lotes, todos de celulares do mesmo modelo e geração, mas com valores variando entre R$ 5,5 mil e R$ 7,5 mil.
No último leilão realizado pela Receita Federal em São Paulo, lances de valores exorbitantes também se saíram vencedores na disputa por smartphones. Segundo o órgão, a hipótese mais provável era de que tivesse ocorrido um “erro grosseiro de digitação por parte do licitante no momento de apresentar a proposta”.
Na época, a Receita informou ao g1 que iria analisar os casos para verificar se houve má-fé nos lances ou se foram apenas frutos de erros de digitação.
iPhones leiloados pela Receita Federal em 25 de outubro — Foto: Divulgação/RF
Assim como o edital do leilão anterior, o deste também estabelecia que os lances dados são de exclusiva responsabilidade dos licitantes, não cabendo alegações de erro ou demais pretextos para alteração dos valores. Em caso de não pagamento, o vencedor estará sujeito às seguintes sanções:
- Perda do direito de recebimento do lote (que poderá ser destinado a outro leilão);
- Suspensão de participação em leilões da Receita Federal por até dois anos;
- Multa administrativa de 20% sobre o valor mínimo do lote.
Para isso, seria necessário instaurar um processo administrativo com direito a ampla defesa do acusado, o que pode levar meses.
Neste leilão, outros quatro licitantes também se propuseram a pagar preço de ouro por seis lotes de um iPhone cada — entre R$ 1,05 milhão e R$ 2,5 milhões. Esses, contudo, eram pessoas físicas.
O g1 questionou a Receita sobre os altos valores em questão e aguarda retorno.
Um lote de ouro que inicialmente custava R$ 1 milhão foi arrematado por R$ 1,2 milhão. Outro, que custava R$ 220 mil, saiu por R$ 547,5 mil. Ambos para a mesma empresa.
Lote de diamantes em leilão da Receita Federal — Foto: Divulgação/RF
Os diamantes do lote número um foram arrematados por R$ 1,5 milhão. O lance mínimo era de R$ 430 mil.
Um lote de peças de aeronaves recebeu apenas um lance e saiu pelo valor mínimo estipulado pela Receita.
Dos 149 lotes de mercadorias apreendidas em fiscalizações ou “abandonadas” que estavam disponíveis, nove foram excluídos da disputa e 21 não foram arrematados, seja por não terem recebido propostas ou pelas ofertas terem sido desclassificadas, possibilidade prevista no edital do leilão.
G1