Ataque contra alvos do grupo extremista no sul do Líbano teria deixado quatro vítimas, entre elas o filho de Mohammed Raad, presidente do bloco político do Hezbollah no Parlamento
— [Ele] foi morto com vários outros membros do Hezbollah — disse a fonte, citando um ataque israelense a uma casa em Beit Yahun, no sul do país, que deixou quatro mortos, segundo a agência oficial de notícias do governo libanês, que não identificou as vítimas.
A vítima era Abbas Raad, filho de Mohammed Raad, uma das lideranças mais importantes do Hezbollah e presidente do partido vinculado ao grupo xiita no Parlamento desde 2000. Considerado um dos ideólogos da ala política do Hezbollah, ele faz parte do comitê executivo da legenda e já foi presidente do seu conselho político no passado. Raad também é apontado como um dos principais candidatos à posição de secretário-geral da organização extremista num possível sucessão de Sayyid Nasrallah.
Raad também foi eleito pelo Parlamento iraniano como o único representante do Líbano no Conselho dos Guardiões do Irã — um dos principais financiadores do Hezbollah —, cargo que ocupa até hoje.
Em comunicado, o Exército israelense confirmou ter atingido uma infraestrutura do Hezbollah no Líbano e respondido aos ataques que vieram de duas células do grupo.
O ataque ocorreu poucas horas após o anúncio de uma trégua de quatro dias em Gaza entre Israel e o Hamas, aliado do Hezbollah. Apesar de não ter feito parte das negociações, o grupo libanês afirmou que iria aderir ao cessar-fogo temporário, mas advertiu que responderia caso Tel Aviv violasse o acordo.
Até a publicação desta reportagem, o Hezbollah não havia se manifestado sobre o caso.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, a fronteira entre o Líbano e Israel tem sido palco de crescentes trocas de tiros, principalmente entre Israel e o movimento Hezbollah, mas também entre grupos palestinos, aumentando o temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio.
A hostilidade na fronteira entre os países deixou mais de 100 pessoas mortas no lado libanês, de acordo com uma contagem da AFP. A maioria é de combatentes do Hezbollah, mas também há pelo menos 14 civis, três deles jornalistas.
Do lado israelense, seis soldados e três civis foram mortos, de acordo com as autoridades.