Titular da pasta afirmou que a Esplanada dos Ministérios é como uma UTI, com as crises indo diretamente até ele
Flávio Dino disse que as crises demandam o esforço permanente do enfreamento das emergências
O ministro da Justiça e da Segurança Pública deveria receber algum tipo de adicional, se não de periculosidade, de insalubridade, disse, nesta quarta-feira (22), o titular da pasta, Flávio Dino, durante o Fórum Confederação Nacional do Trasporte (CNT) de Debates.
“O ano começa com do 8 de janeiro e termina com o caos da Seleção Brasileira. O que me agustia profundamente, evidentemente. E não pensem que ontem eu vi o jogo Brasil e Argentina. Eu vi o caos da segurança no estádio. Então, realmente, o ministro de Justiça e Segurança [Pública] deveria receber algum tipo de adicional, senão de periculosidade, de insalubridade, porque os temas são muito variados e permanentemente em crise”, disse Dino.
Segundo o ministro, é como se existisse uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Esplanada dos Ministérios.
“Eu não preciso ir até as crises, elas vêm até mim, porque elas desfilam na Esplanada e a porta que elas acham para entrar é o Ministério da Justiça. Elas entram lá e se instalam. E claro que isso demanda o esforço permanente de enfreamento das emergências”, explicou.
Dino deve ir à Câmara em dezembro
Depois de sucessivas ausências para prestar esclarecimentos, Dino deve participar de audiência na Câmara dos Deputados no dia 12 de dezembro.
A informação foi confirmada à CNN por fontes a par das negociações entre o ministro e o presidente o presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Por três vezes, Dino faltou às convocações da Comissão de Segurança Pública alegando risco à integridade física e moral.
Por conta disso, segundo apurou a CNN, ficou acertado informalmente que a participação vai ocorrer em Comissão-Geral — aberta a todos os parlamentares.
Em abril, Dino esteve na Câmara. A reunião precisou ser suspensa por conta da desordem generalizada e das brigas entre os parlamentares.
Desta vez, o ministro foi chamado para explicar o motivo de secretários do Ministério da Justiça terem recebido Luciane Barbosa Farias, a “dama do tráfico”. Na semana passada, veio a público que autoridades da pasta receberam, em Brasília, Luciane, que é casada com um líder de facção criminosa.
O governo nega que os encontros tenham ocorrido por essa razão, e sim porque ela integrou um grupo de familiares de presos.