Caso teria acontecido em 1989 e foi motivo de ação movida nesta quarta-feira na Suprema Corte de Nova York
Axl Rose, cantor da banda Guns N’ Roses, durante show em Austin, nos EUA, em 2019 Divulgação
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O vocalista Axl Rose, da banda Guns N’ Roses, foi acusado de agressão sexual em uma ação movida na Suprema Corte de Nova York, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (22), segundo o processo obtido pela CNN.
De acordo com acusação, Sheila Kennedy, ex-modelo da Penthouse, diz ter conhecido o vocalista dos Guns N’ Roses numa discoteca em Nova Iorque, em 1989, quando tinha 26 anos. Nessa noite, ela alega ter sido vítima da agressão, no quarto de hotel, cometido por Axl Rose.
Sheila Kennedy diz ter ido com uma amiga para uma discoteca naquela noite onde sabiam que os membros da banda estariam presentes. A então modelo da Penthouse acabou conhecendo Axl Rose, com quem trocou algumas palavras, antes de o cantor a convidar para uma festa privada no seu quarto de hotel.
A ex-modelo conta na acusação que Axl Rose não convidou a amiga que a acompanhava por considerar que ela “não era gostosa o suficiente”. Sheila Kennedy pediu desculpa à amiga e acompanhou Axl Rose ao respetivo quarto de hotel, juntamente com outra modelo, Riki Rachtman (que ainda não se pronunciou sobre esta acusação).
Segundo a acusação, Axl Rose teria servido cocaína, champanhe e outras bebidas alcoólicas aos convidados no quarto de hotel. Entretanto, Sheila foi ao banheiro do quarto e, quando saiu, terá encontrado Axl Rose do lado de fora, que a “empurrou contra a parede e lhe beijou”.
“Kennedy achava [Axl] Rose atraente e não se importou com esta situação. Estava disposta a dormir com ele se as coisas progredissem”, diz a acusação.
Ela teria mudado de ideia quando apenas o astro, Rachtman e Kennedy estavam no quarto e ele começou a fazer sexo com a outra modelo. “Rose era agressivo de uma forma que parecia dolorosa para a modelo”.
Kennedy afirmou ainda que Rose “estava encorajando o sexo grupal”, mas ela não estava interessada e saiu do quarto com Rachtman para voltar para ao quarto dela no hotel.
Rose teria seguido as duas, se espantado com a presença de Kennedy no quarto de Rachtman e empurrado Kennedy para o chão. “Enquanto Kennedy estava no chão, Rose agarrou-a pelos cabelos e arrastou-a pela suíte de volta para o quarto dele”, disse o processo.
A acusação afirma ainda que os joelhos dela estavam sangrando após rasparem o tapete. Quando chegaram ao quarto dele, Rose teria jogado Kennedy de bruços na cama, pegado a meia-calça e amarrado as mãos dela atrás das costas. Rose então teria penetrado à força no ânus de Kennedy com seu pênis, alegou o processo.
“Kennedy não consentiu e sentiu-se sem qualquer poder. Sentiu que não tinha qualquer possibilidade de saída e foi obrigada a consentir. Acreditava que Rose a atacaria fisicamente, ou pior, caso dissesse não ou tentasse afastá-lo. Entendeu que o mais seguro a fazer era deitar-se na cama e esperar que Rose acabasse a agressão”, diz a acusação.
Desde então, Sheila Kennedy diz sofrer de ansiedade, depressão e stress pós-traumático de cada vez que ouve o nome Axl Rose ou uma música dos Guns N’Roses. A ex-modelo diz ainda que esta agressão comprometeu a sua carreira.
A ação judicial apresentada refere como motivos para a acusação a agressão física, sofrimento emocional infligido e violência motivada pelo gênero. A acusação pede também uma indenização não especificada a ser determinada pelo tribunal.
A CNN entrou em contato com Axl Rose, mas ainda não obteve resposta.