O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, mais uma vez, deixou de comparecer à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 21. Esta é a terceira convocação do colegiado que o ministro não atende.
Alvo de mais de 20 requerimentos, a comissão aguardava a presença do ministro para esclarecimentos sobre diversos temas relacionados à violência e à segurança pública, incluindo interferência na Polícia Federal, atos de 8 de janeiro, regulamentação das armas, invasão de terras e disseminação de fake news sobre colecionadores e atiradores.
Para o presidente do colegiado, Sanderson (PL-RS), a ausência de Dino representa um desrespeito ao parlamento.
“É um desrespeito total, tenho dito que no Parlamento ou no manejo da coisa pública não tem espaço para vontades pessoais”, destacou o deputado. “O ministro está dando mais importância para as vontades pessoais, ideológicas e partidárias que para a vontade do interesse público.”
Apesar da quantidade de requerimentos, a comissão não recebeu nenhum documento oficial justificando a ausência de Dino.
Devido à repetida ausência, o colegiado pretende comunicar à Procuradoria-Geral da República para a abertura de um processo por crime de responsabilidade no Supremo Tribunal Federal.
Em um ofício enviado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o ministro citou a má conduta dos parlamentares da comissão e a “falta de capacidade e isenção” do presidente do colegiado. Dino alegou que o ambiente coloca em risco sua “integridade física e moral”.
O ministro, no entanto, se colocou à disposição para comparecer à comissão-geral no plenário, afirmando que esse formato permitirá que todos os esclarecimentos sejam feitos “com a devida segurança”.
Novas convocações
Na tarde desta terça-feira, 21, a comissão deve votar novos requerimentos de convocações, podendo notificar novamente o ministro da Justiça para comparecimento.
Revista Oeste