Com a recusa em chamar os integrantes do Hamas de terroristas e uma cobertura muito crítica à Israel, a rede britânica BBC tornou-se objeto de uma crise diplomática e, depois, motivo de chacota de um programa humorístico israelense chamado Eretz Nehederet (“Um país maravilhoso“, em hebraico).
BBC vira chacota por cobertura pró-Hamas: https://t.co/SgbqxDyRbw. pic.twitter.com/6YBNBFsd1D
— O Antagonista (@o_antagonista) November 20, 2023
Em uma esquete que simula um jornal da BBC, uma apresentadora com sotaque britânico anuncia que “Trinta e nove dias após os combatentes pela liberdade do Hamas pacificamente atacarem Israel“, eles conseguiram uma entrevista exclusiva com Yahya Sinwar, que planejou os ataques de 7 de outubro.
Um ator vestido como se fosse Sinwar, sentado em uma mesa cheia de doces e tomando chá, corrige a apresentadora, dizendo que, além dos “combatentes pela liberdade“, também havia “estupradores pela liberdade” e “carniceiros pela liberdade“. A apresentadora, constrangida, pede desculpas pelo erro.
No final da conversa, escuta-se o choro de um bebê. A apresentadora reclama do barulho ao fundo. Ela então solicita que Sinwar faça com que o bebê se cale. Ele responde que a criança não é dele. “Sua mãe está em Israel, mas isso não importa“, diz Sinwar. A apresentadora questiona se o bebê estaria torturando o seu entrevistado com “privação de sono“, além de ocupar a casa dele.
A situação chega a provocar risadas pelo seu absurdo. Ao mesmo tempo, é uma crítica certeira à cobertura enviesada feita pela BBC, que desde o início tem sido muito branda com o Hamas.
Antes de virar motivo de risada, a BBC também foi assunto de uma crise diplomática. Em um encontro realizado em meados outubro entre o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente de Israel, Isaac Herzog, o israelense pediu uma cobertura honesta da emissora estatal.
“Sentimos que a forma como a BBC caracteriza o Hamas é uma distorção dos fatos. Estamos lidando com uma das piores organizações terroristas do mundo, e sei que nas democracias modernas como a sua e a nossa, não se pode intervir na mídia. Mas como a BBC tem uma certa ligação com o governo e é conhecida em todo o mundo, é preciso que haja um clamor para que haja uma correção e o Hamas seja definido como uma organização terrorista”, disse Herzog. “O que mais eles precisam ver para entender que essa é uma organização terrorista atroz?”
Crusoé