Além da dor emocional de não conseguirem assistir ao show da cantora Taylor Swift neste sábado (18), cancelado após a morte da estudante Ana Clara Benevides na sexta (17), alguns fãs da cantora ainda vão levar por algum tempo uma dor física.
Por conta de uma estrutura de metal colocada no chão do estádio Nilton Santos, local dos shows, e o forte calor de quase 40 graus no Rio de Janeiro, diversas pessoas relatam terem ficado com queimaduras de até segundo grau em suas peles. Médicos no local não conseguiram dar conta do atendimento.
Um dos depoimentos que viralizaram nas redes sociais foi da estudante de psicologia Kléssia Menezes Silva, de Aracaju (SE). No Rio especialmente para ver Taylor Swift, Kléssia expôs queimaduras na perna e em parte de suas costas.
A queimadura foi só um dos problemas causados. A sergipana já teve problemas logo na entrada, quando seguranças da pista premium seguraram milhares de pessoas na portaria, causando correria e empurra-empurra.
“Eu tentei manter a positividade, mas o caos começou logo na entrada. Muitas pessoas, tem vídeos na internet, foram barradas. Foi caótica. Eles liberaram todo mundo de uma vez após acumularem milhares. Estava com amigos e minhas irmãs, e meu medo maior foi ter um pisoteamento”, diz Kléssia para o F5.
Após o perrengue na entrada, começaram os problemas de queimadura. O forte calor tornou o metal pisado pelo público para não danificar o gramado do local uma frigideira humana. Kléssia ficou com inúmeras marcas em seu corpo.
Ao tentar um atendimento, Kléssia teve dificuldade. Os médicos, pressionados por seguranças da produtora do show e pela altíssima demanda, demoravam a diagnosticar uma queimadura de segundo grau.
“Foi essa entrada que fez muita gente cair nessas placas de metal. Quando eu cheguei no posto médico, era cenário de guerra. Eu vi uma menina com o braço mais queimado que o meu, com a perna mais exposta a minha. Era para ter um dia feliz, era para estar sorrindo, e na verdade estava em uma frigideira ao céu aberto”, completa.
Neste domingo (19), Kléssia amanheceu com as queimaduras um pouco piores. A jovem não procurou ajuda no Rio ainda por ter familiares que são médicos e que estão lhe orientando.
Mas uma coisa é certa: a estudante diz que irá processar a T4F, produtora dos shows de Taylor Swift no Brasil. “Eu já estou em contato com advogados para entrar com todas as medidas possíveis. O que aconteceu não pode ficar impune”, conclui a estudante.
Quem também relatou situação semelhante foi a escritora Anastasia Kloster. Por conta da gravidade de seus ferimentos, ela procurou um hospital e foi atendida com o diganóstico de queimadura grave.
“Tenho inúmeras coisas para falar em relação à organização do evento. Já sabiam que seria um forno? Adiavam hoje de manhã. Faltando uma hora, foi desumano. Todo mundo já tinha passado seus perrengues! T4f: a entrada do VIP package foi uma vergonha!”, disse ela.
Outro relato feito nas redes sociais foi o de Alanna Silva, paraense que estava na cidade apenas para o show. Ela diz que teve as mãos queimadas após colocá-las na placa de metal no local. “Estou com dedos queimados e com muita dor”, comentou.
A T4F foi procurada pelo F5 para comentar as queimaduras relatadas por fãs nas redes, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem.
Veja o relato de Kléssia que viralizou:
Como uma empresa coloca metal no chão sabendo da sensação térmica de 60°C do Rio de Janeiro?
As situações só estão piorando e não aguentamos mais tentar chamar a atenção da @T4F. Não temos melhoras e nem um pronunciamento desde o início dos shows. pic.twitter.com/YBgqLTi0cv
— Info Taylor Brasil (@InfoSwiftBrasil) November 19, 2023
Fonte: F5/Folha de São Paulo.