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Com a recusa em chamar os integrantes do Hamas de terroristas e uma cobertura muito crítica à Israel, a rede britânica BBC tornou-se objeto de uma crise diplomática e, depois, motivo de chacota de um programa humorístico israelense chamado Eretz Nehederet (“Um país maravilhoso“, em hebraico).
Em uma esquete que simula um jornal da BBC, uma apresentadora com sotaque britânico anuncia que “Trinta e nove dias após os combatentes pela liberdade do Hamas pacificamente atacarem Israel“, eles conseguiram uma entrevista exclusiva com Yahya Sinwar, que planejou os ataques de 7 de outubro.
Um ator vestido como se fosse Sinwar, sentado em uma mesa cheia de doces e tomando chá, corrige a apresentadora, dizendo que, além dos “combatentes pela liberdade“, também havia “estupradores pela liberdade” e “carniceiros pela liberdade“. A apresentadora, constrangida, pede desculpas pelo erro.
No final da conversa, escuta-se o choro de um bebê. A apresentadora reclama do barulho ao fundo. Ela então solicita que Sinwar faça com que o bebê se cale. Ele responde que a criança não é dele. “Sua mãe está em Israel, mas isso não importa“, diz Sinwar. A apresentadora questiona se o bebê estaria torturando o seu entrevistado com “privação de sono“, além de ocupar a casa dele.
A situação chega a provocar risadas pelo seu absurdo. Ao mesmo tempo, é uma crítica certeira à cobertura enviesada feita pela BBC, que desde o início tem sido muito branda com o Hamas.
Antes de virar motivo de risada, a BBC também foi assunto de uma crise diplomática. Em um encontro realizado em meados outubro entre o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente de Israel, Isaac Herzog, o israelense pediu uma cobertura honesta da emissora estatal.
“Sentimos que a forma como a BBC caracteriza o Hamas é uma distorção dos fatos. Estamos lidando com uma das piores organizações terroristas do mundo, e sei que nas democracias modernas como a sua e a nossa, não se pode intervir na mídia. Mas como a BBC tem uma certa ligação com o governo e é conhecida em todo o mundo, é preciso que haja um clamor para que haja uma correção e o Hamas seja definido como uma organização terrorista”, disse Herzog. “O que mais eles precisam ver para entender que essa é uma organização terrorista atroz?”
Créditos: O Antagonista.