Os Estados Unidos retiraram nesta quinta-feira (16) as sanções comerciais impostas ao Instituto de Ciência Forense do Ministério da Segurança Pública do regime da China. A decisão faz parte de uma estratégia do governo americano, comandado pelo democrata Joe Biden, para obter uma maior cooperação de Pequim no combate ao tráfico do fentanil para os Estados Unidos.
Em 2020, Washington incluiu o instituto em sua lista de sanções devido a alegados abusos perpetrados por membros dele contra os direitos dos uigures e outros grupos minoritários que residem na China comunista, o que o impediu de receber a maioria dos produtos de fornecedores norte-americanos.
Durante a reunião entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o ditador da China, Xi Jinping, em São Francisco, no estado americano da Califórnia nesta quarta-feira (15), ficou acordado a criação de um grupo de trabalho que irá tratar sobre cooperação antidrogas entre as duas potências.
A decisão de retirar as sanções foi alvo de críticas por parte de ativistas de direitos humanos e membros do Partido Republicano, que acusaram o governo de Biden de ser “condescendente com Pequim em relação aos abusos de direitos humanos perpetrados contra os uigures”. À agência Reuters, Rayhan Asat, advogada de direitos humanos de origem uigur, destacou a urgência do problema do fentanil no EUA, mas questionou o compromisso dos americanos em lidar com os abusos dos direitos humanos na China.
A retirada das sanções ocorre em meio aos esforços de Washington para combater as mortes por overdose relacionadas ao fentanil. O bloqueio dos produtos químicos precursores do fentanil tem sido uma prioridade para as autoridades norte-americanas.
O encontro entre Biden e Xi nesta quarta-feira foi visto como uma tentativa dos EUA de “melhorar” as tensas relações bilaterais com os chineses, marcadas por disputas comerciais, direitos humanos e questões regionais.
Em uma coletiva após o encontro, no entanto, Biden se referiu a Xi novamente como ditador. O presidente dos EUA disse que Xi “governa um país comunista com um sistema de governo totalmente diferente do americano”.
A declaração irritou o regime chinês, que a chamou nesta quinta-feira (16) de “extremamente errônea” e “manipulação política irresponsável”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse nesta quinta que “há pessoas com segundas intenções que tentam incitar e prejudicar as relações entre os dois países”.
Gazeta do Povo