Ex-coordenador da Lava Jato e atual senador do Paraná são do mesmo partido, o Podemos; Sergio Moro migrou da sigla para o União Brasil
O senador pelo Paraná e candidato à reeleição Alvaro Dias (Podemos)compartilhou na quarta-feira (17) um vídeo em que o ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos), candidato a deputado federal, declara apoio a sua candidatura.
“O senador Alvaro Dias se dedicou com coragem de modo incansável no combate à corrupção e na defesa da Operação Lava Jato por meio da sua conduta, das suas palavras e propostas. Precisamos de mais pessoas como Alvaro Dias na política, que defendam o fim do foro privilegiado, a prisão em segunda instância e as reformas política, tributária e do Judiciário”, disse Dallagnol.
Filiado ao Podemos, Deltan Dallagnol disputará nas eleições de 2022 uma cadeira para a bancada paranaense na Câmara dos Deputados. Uma das lideranças da legenda, Alvaro Dias busca se reeleger ao Senado Federal pelo estado, onde enfrentará seu ex-aliado Sergio Moro (União Brasil).
Dallagnol e Moro atuaram juntos na operação Lava Jato e também eram alinhados quando ingressaram na política, em 2021.
Na disputa pelo Senado, pesquisa TV Record/RealTime Big Data divulgada na última terça-feira (16) mostrou empate técnico entre Moro, com 30%, e Dias, com 27% – a pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais.
Relação entre Moro e Dias
Antes de se filiar ao União Brasil, Sérgio Moro foi pré-candidato à Presidência pelo Podemos, com o aval de Alvaro Dias. Após deixar a sigla, o ex-juiz comentou sobre sua relação com o senador e negou qualquer “apadrinhamento”.
“Não vejo nenhuma possibilidade de mal-estar. Tenho uma carreira independente, que construí com meus méritos individuais e institucionalmente, que não tem nenhuma relação com o Alvaro Dias”, disse Moro em entrevista à Jovem Pan Paraná em 29 de junho.
À CNN, Alvaro Dias afirmou que prefere não comentar sobre os seus concorrentes. “A melhor resposta é o silêncio”, disse o senador em julho.
Moro deixou o Podemos e se filiou ao União Brasil no final de março — dois dias antes do término do prazo estabelecido pela legislação.
À época, através de nota, o Podemos afirmou ter sido pego de “surpresa” com a decisão do ex-juiz. “Tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro, sem sequer uma comunicação interna do ex-presidenciável”, afirmou o partido.