O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quinta-feira (18), que o dólar deve ficar abaixo de R$ 5 “brevemente”, apesar da relutância do câmbio. A queda resultaria em novas reduções nos preços dos combustíveis.
“Espero que continue caindo o preço da gasolina. Logicamente esse preço tem a ver com o dólar, que tem caído, e também o preço do petróleo lá fora”, disse Bolsonaro, durante sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais. Na última segunda-feira (15), a Petrobras anunciou a terceira redução em menos de um mês no preço da gasolina vendida às distribuidoras. O corte foi de R$ 0,18.
Nesta quinta (18), a moeda norte-americana fechou em R$ 5,17 e abriu esta sexta-feira (19) em alta, a R$ 5,20. “O dólar está relutando a baixar de cinco, eu acho que vai baixar brevemente, afinal de contas a gente só tem notícias boas da economia no Brasil”.
Como o dólar influencia no preço da gasolina
As sucessivas altas, vistas pelos brasileiros neste ano, devem-se a vários motivos. O mais visível são os reajustes que a Petrobras faz às distribuidoras, e que precisam ser feitos por conta da política adotada pela estatal (chamada PPI), que faz com que os combustíveis no Brasil sejam corrigidos de acordo com o dólar.
“O que determina o preço do petróleo é o custo dele lá fora e o câmbio”, explica Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec-Rio. “O petróleo refinado que o Brasil importa é pago em dólar, e quando o real desvaloriza em relação ao dólar, encarece o custo em reais, tem que usar mais reais para alcançar o dólar. Portanto, se há aumento do produto no mercado internacional ou desvalorização do real, o preço do combustível aumenta”.
Vale destacar que este é apenas um dos fatores que influenciam nos preços. Há ainda dependência de importação, política de preços adotada, aumento do preço do barril de petróleo, aumento do câmbio (dólar), reajustes às distribuidoras, entre outros.