Em vídeo de campanha, candidato ao Senado pelo Paraná relembra ações da Lava Jato e descarta apoio a Lula
Em uma sinalização de guinada estratégica, Sergio Moro (União Brasil-PR) publicou uma peça de campanha que sugere um possível apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial.
Candidato ao Senado no Paraná, o ex-juiz divulgou em suas redes sociais um vídeo com o título “Papo reto com Moro”. Na peça, o ex-ministro da Justiça responde sobre cenários eleitorais, rebatendo a hipótese de apoiar Lula, a quem condenou à prisão durante a Operação Lava Jato.
“Jamais. Isso é impossível. Eu decretei a prisão do Lula, eu desmontei o esquema de corrupção do PT, junto com as empreiteiras, com a Odebrecht. A Odebrecht tinha um departamento de propina, e um dos principais clientes eram políticos do Partido dos Trabalhadores. Jamais estarei ao lado do PT e do Lula. Você pode escrever na pedra”, afirmou Moro.
“Em relação ao Bolsonaro, uma coisa eu posso dizer. Nós temos o mesmo adversário”, emendou o candidato, em referência evidente a Lula.
Entre 2017 e 2019, Lula foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em três instâncias, julgado por nove juízes, mas em 2021 teve as sentenças anuladas por Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de entendimento de erro processual por incompetência de foro.
Moro: saída turbulenta do governo Bolsonaro
Sergio Moro se coloca à disposição dos eleitores do Paraná depois de ter negada a legalidade da mudança de domicílio eleitoral para São Paulo, onde pretendia se lançar como candidato. O paranaense de Maringá, de 50 anos, aposta na reputação de juiz responsável pelos julgamentos da extinta Operação Lava Jato para tentar chegar ao Senado Federal.
Depois de deixar a magistratura, Moro foi ministro de Justiça e Segurança Pública no começo do governo de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, o ex-juiz decidiu entregar o cargo em 2020, alegando suposta interferência do presidente no comando da Polícia Federal (PF). Em março deste ano, a PF enviou relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que não houve indícios de crime no episódio.
Entre os principais adversários na disputa paranaense, Moro deve enfrentar Alvaro Dias (Podemos), que luta pelo quinto mandato como senador. O deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL) também desponta como um concorrente em potencial na disputa.