É falso que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse em um vídeo que circula nas redes que é fã de Luciane Barbosa Farias, mulher de um dos líderes do CV (Comando Vermelho). Na gravação, de julho deste ano, ele elogia a comediante potiguar Virgínia Álvares.
Esta peça de desinformação reúne milhares de visualizações no TikTok e no Instagram nesta terça-feira (14).
Um vídeo que mostra Virgínia Álvares sendo abraçada e elogiada por Flávio Dino tem circulado nas redes como se a comediante potiguar fosse Luciane Barbosa Farias, advogada casada com Clemilson dos Santos Farias, um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho.
O registro que tem sido compartilhado nas redes acompanhado de legenda enganosa foi publicado originalmente no Instagram de Álvares na época do encontro, na saída de um evento em julho deste ano.
Uma comparação entre fotos de Álvares e Farias também permite identificar diferenças físicas entre as duas (veja abaixo). A comediante tem olhos mais espaçados, sobrancelhas menos arqueadas e um rosto mais redondo que o da advogada.
Comparação. Comediante (à esq.) tem olhos mais espaçados, sobrancelhas menos arqueadas e um rosto mais redondo que o da advogada (à dir.) (Reprodução/Instagram)
Na segunda-feira (13), Dino se tornou alvo de críticas após o Estadão noticiar que Farias teria participado de ao menos duas reuniões com secretários do Ministério da Justiça e Segurança Pública — uma em 19 de março e outra em 2 de maio.
A pasta afirmou que não foi Farias quem pediu a audiência, mas uma entidade de advogados. “A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes”, afirma trecho da nota.
A advogada amazonense integrou uma comitiva liderada pela ex-deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), que solicitou a reunião para tratar de denúncias de irregularidades no sistema penitenciário.
Em seu perfil no X, Dino negou ter recebido líderes de facção ou outras pessoas ligadas ao crime organizado e disse que a audiência com as advogadas foi realizada sem seu conhecimento.
O secretário e ex-deputado federal, Elias Vaz, também explicou que atendeu Rocha e suas acompanhantes “por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios”.
“Quanto à senhora Luciane, ela estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário”, publicou Vaz na rede social.
Referências:
1. Instagram (@vialvares)
2. Estadão
3. Metrópoles
4. Globo
5. X (@FlavioDino)
6. X (@EliasVazGyn)