Lula fez, na noite desta segunda-feira (13), um pequeno espetáculo na base aérea de Brasília para receber o grupo de 24 brasileiros e 10 familiares retirados da Faixa de Gaza no dia anterior: seis de seus ministros estavam lá (Mauro Vieira, Flávio Dino, Nísia Trindade, Paulo Pimenta, Silvio Almeida e Márcio Macêdo) assim como Janja e a imprensa.
A cena toda, assim como o discurso onde equiparou os ataques terroristas do Hamas no início de outubro à resposta israelense (pela segunda vez no dia) não pegou nem bem, nem mal na imprensa israelense. Na verdade, foi quase totalmente ignorado.
Nos principais jornais israelenses, nesta terça-feira (14), só se falava de outra coisa: nem o Haaretz, nem o Jerusalem Post, nem o Yedioth Ahronoth — principal jornal em tiragem no país — dedicaram atenção ao anão diplomático brasileiro.
Apenas o Times of Israel registrou secamente as falas do petista, uma curta nota: “O líder do maior país da América Latina ainda acusa Israel de ”jogar bombas onde há crianças, hospitais, no pretexto de que já terroristas ali”, noticia o Times, lembrando que representantes da comunidade judaica no Brasil tratam a fala como “errônea”, “injusta” e “perigosa” ao equiparar o grupo terrorista ao Estado de Israel.
Antes da fala de Lula no aeroporto, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) já havia reiterado a preocupação com a fala. “O Hamas se esconde covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza. A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, que o próprio grupo reconhece que pratica”, escreveu a Conib. “Além de equivocadas, falas como essa do presidente da República são perigosas.”
Crusoé