O Fantástico deste domingo (12) fez um alerta sobre o aumento do número de afogamento nas praias de São Paulo e do Rio de Janeiro e abordou a importância da presença de guarda-vidas nesse ambiente muito frequentado em dias quentes. Uma das vítimas da estatística do afogamento foi o Michel Gomes da Silva, de 17 anos. Veja como foi o resgate no vídeo acima.
Ele foi com a família do amigo Gustavo Paulino para o Guarujá. Os dois estavam com pranchas novas e decidiram estrear. “Eu comecei a me afogar e o Gustavo pediu para segurar nele. Eu segurei, só que daí veio uma onda e meio que puxou ele e um buraco abriu embaixo de mim”, conta Michel.
Adolescente se afoga em praia e fica mais de 10 minutos sem respirar pic.twitter.com/scLOJOipqU
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) November 13, 2023
Foi nessa hora que Luiz Gustavo, pai de Gustavo, se aproximou dos meninos dentro da água. Ele pediu para Gustavo ir para a praia e foi resgatar Michel.
“A hora que eu estava a um metro para alcançar o Michel, veio uma onda alta e cobriu a gente. A hora que a onda passou, eu não vi mais o Michel”, recorda.
A prancha de Michel se partiu e Luíz Gustavo conseguiu pegar. Foi quando o Corpo de Bombeiros chegou para resgatar Luiz Gustavo. “Eu subi na prancha e fui gritando com ele que tinha outro menino lá. Ele me deixou no raso e voltou para achar o Michel”, relembra. Veja o resgate no vídeo acima.
Foram alguns minutos de busca até que Michel finalmente fosse resgatado. E tudo ocorreu porque o bombeiro Joel Lemos decidiu seguir seu instinto, já que não tinha ouvido os gritos de socorro de Luiz Gustavo.
“Eu achei estranho aquela mancha no mar e decidi conferir. Eu decidi acompanhar o caminho da correnteza e no momento que veio uma onda grande, uma maior, eu consegui ver as costas dele aqui. Percebi que se tratava de uma pessoa. Se eu errasse, não teria outra chance. E eu fui no ímpeto e agarrei ele e saí da forma mais rápida possível”, recorda.
Michel tinha sofrido um afogamento grau 6, ou seja, o mais grave, quando a vítima está em parada cardiorrespiratória. De acordo com o tenente Nery, 96% das vítimas vão a óbito neste quadro.
Apoio em terra
A Rayssa é médica e estava na praia no momento do salvamento. Ela, outro médico e os guarda-vidas fizeram sessões de massagem cardíaca e usaram um equipamento de respiração para tentar reanimar Michel.
O intuito era manter o funcionamento dos órgãos vitais da vítima. “Em algum momento eu cheguei a acreditar, nossa será que vai dar certo? “, disse a médica.
Luiz Gustavo recorda que Michel voltou a respirar na quarta massagem e ficou parado cerca de 10 minutos, apenas na areia. Quem participou do resgate acredita que ele tenha ficado cerca de 18 minutos sem respirar.
Michel passou 21 dias internado, sendo 13 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Eu estou bem melhor. Não estou no hospital, felizmente. Estou tomando os remédios que os médicos passaram e estou praticamente 100%”, falou Michel ao Fantástico.
Globo/Fantástico