Com falta de equipamentos e sem conseguir repô-los, a Rússia recorreu ao Brasil para conseguir manter a sua força aérea.
Os helicópteros Mil Mi-35M Hind foram comprados pela Força Aérea Brasileira (FAB) em 2008, direto da Rússia, como parte de um acordo do Brasil com Moscou para compensar as exportações de carne brasileira para o país europeu.
A FAB nunca contou com um helicóptero dedicado ao ataque e a compra, que foi feita sem licitação (até porque não existe uma aeronave parecida com ele), resultou em 12 aeronaves que foram batizadas de AH-2 Sabre.
Foi o primeiro equipamento grande que o Brasil comprou da Rússia, mas que acabou ficando por apenas 12 anos em operação na FAB por problemas de falta de peças e suporte precário por parte da Mil, algo bastante conhecido de fabricantes russos, que também afetou Portugal.
Desde então, todos os helicópteros foram levados de Porto Velho, onde ficavam baseados no Esquadrão Poti (que hoje opera o americano UH-60L Black Hawk), e para Lagoa Santa, em Minas Gerais, onde já era feita a manutenção da aeronave.
Em Minas, eles estão estocados e parcialmente desmontados, e devem permanecer assim, já que a FAB decidiu não doa-los para a Ucrânia e nem vender para terceiros ou encaminhar para sucata.
Mas o interesse nos Hinds não veio só de Kyiv, mas também de Moscou. Segundo revelou o Wall Street Journal, a Rússia conversou com o Brasil, Egito, Paquistão e Belarus para ter de volta os helicópteros ou parte deles.
Com o Brasil, o pedido foi para comprar de volta 12 motores Klimov TV3-117, metade dos motores turboeixos que equipavam os Sabre da FAB. Porém, o governo brasileiro se recusou, mesmo mantendo relações normais com Moscou, mas buscando manter a posição de neutralidade no conflito.
A informação foi confirmada por uma pessoa do Itamaraty à jornalista Luciana Magalhães do WSJ. Com isso, apenas o Egito aceitou vender de volta para a Rússia os motores de helicóptero, no caso do Mi-8/Mi-17 e totalizando 150 motores. Belarus acabou não aceitando a proposta por ainda temer uma invasão da Polônia e o Paquistão preferiu seguir a mesma linha de neutralidade que o Brasil.
Até o momento, foi confirmado por evidência fotográfica que a Rússia perdeu 13 helicópteros Hind no conflito e a Ucrânia ao menos 5 aeronaves Mi-24 Hind.
Créditos: Aero In.