Na noite de segunda-feira (6), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrar reunião com senadores no Palácio do Planalto, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), pediu cinco minutos a mais de conversa. Já passava das 23h.
Alcolumbre fez um alerta a Lula: que o presidente precisava falar mais com os senadores e entrar no corpo a corpo político. Caso contrário, disse Alcolumbre, o governo teria muitas dificuldades, como já estava acontecendo naquele momento, com a reforma tributária.
Na sequência, Alcolumbre contou que o relator da reforma, Eduardo Braga (MDB-AM), tinha pedido um retorno telefônico de Lula desde o dia 27 de outubro, e estava sem resposta.
Braga queria tirar uma dúvida sobre qual era a visão do presidente sobre um tema específico, em que havia divergência entre o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o ministro Rui Costa (Casa Civil).
Lula achou que Alcolumbre estava brincando. No entanto, o presidente da CCJ pediu para chamar o chefe de gabinete de Lula, Marco Aurélio Ribeiro, conhecido como Marcola.
Lula questionou o assessor de forma enfática, e Marcola confirmou o relato de Alcolumbre de que ainda havia pendência da ligação de Braga.
O presidente da República se comprometeu a entrar no corpo a corpo. Na terça-feira (7), fez vários telefonemas, inclusive parabenizando o relator pela aprovação da reforma na CCJ. Nesta quarta, a reforma foi aprovada pelo Senado, e volta para análise da Câmara.
Alcolumbre deixou claro para Lula que, se ele quiser ter uma base mais sólida, terá que conversar mais com os senadores.
G1