Nesta quarta-feira, 8, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, disse que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ainda não apresentou provas de sua delação à Polícia Federal (PF).
“Não foram apresentadas provas”, disse Santos em entrevista à CNN Brasil. “Nós estamos tentando buscar essas provas. A confirmação do que ele falou. Nós, da Procuradoria-Geral da República, pedimos uma série de exigências que podem vir a corroborar o que está na delação. Mas dizer que nós temos uma delação forte, que ela sustenta uma denúncia, hoje, isso não existe. Amanhã poderá existir.”
O subprocurador acrescentou que não se pode criar uma expectativa de que haverá uma denúncia de um “pretenso mentor” do 8 de janeiro com base no que foi dito na delação de Cid. Santos também disse que o Pacote Anticrime de 2019 exige outros elementos para a comprovação da delação de Cid.
Subprocurador sobre Cid: “Delação é coisa séria”
Em três momentos de sua delação, Mauro Cid comprometeu o ex-presidente. No caso das joias sauditas, no suposto plano de golpe de Estado e em uma suposta fraude em cartões de vacina de covid-19.
“Delação é uma coisa séria. Nós temos que ser profissionais”, disse Santos. “E, também, temos que avaliar o benefício a ser dado em troca dessa delação. De repente, transformar Mauro Cid em herói, e dizer que ele está contando isso tudo, eu não sei. Só vou saber quando exatamente houver essa confirmação, a ratificação do que foi dito por ele.”
Cid foi ouvido pela Polícia Federal durante três dias. Foram 24 horas de depoimentos. O militar reforçou em todos os momentos que apenas cumpria ordens. A defesa do ex-presidente Bolsonaro nega as acusações.
Revista Oeste