Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são dois dos países que recentemente disseram que querem sentar e negociar suas dívidas com o Brasil, segundo fontes do governo revelaram ao jornal O Globo, mas esta pauta não tem avançado em Brasília por uma única razão: o Comitê de Avaliação e Renegociação de Créditos ao Exterior (Comace) ainda não foi recriado.
Este grupo interministerial, que no governo anterior estava no Ministério da Economia e agora deverá ficar no da Fazenda, é o responsável pela negociação e pelo encaminhamento institucional desses assuntos. Mas a decisão final é do Senado.
Mais de US$ 2 bilhões (R$ 9,1 bilhões) entrariam hoje nas contas brasileiras se todos os 12 países devedores pagassem tudo o que devem ao Brasil. Nove deles são africanos, mas o que esses governos devem não chega a 14% do total a ser recebido.
Se todas as dívidas fossem pagas, a maior parte deste dinheiro viria da Venezuela, que deve 57,6% do valor total. O segundo da lista de maiores devedores é Cuba (26,5%), onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em setembro.
Entre os devedores africanos, a maior dívida é a de Moçambique. O valor passa de US$ 143 milhões (R$ 798,5 milhões). Pelo cronograma de um novo acordo fechado entre os dois países no ano passado, duas parcelas já deveriam ter sido pagas.