Enorme formação geológica seria, na verdade, conjunto de destroços da embarcação bíblica e conteria em seu interior materiais argilosos, marinhos e frutos do mar
A curiosidade do público em torno da história de Noé, a construção de sua enorme arca e do grande dilúvio deu origem a uma série de filmes, que vão da reprodução fantástica do conto bíblico em ‘Noé’ – dirigido por Darren Aronofsky e estrelado por Russell Crowe -, até a comédia escrachada, como em ‘A Volta do Todo Poderoso’, com Steve Carell e Morgan Freeman. Mas um grupo de arqueólogos revelou que está prestes a comprovar que a famosa arca pode ser real e que seus destroços descansam na Turquia.
A tal arca é uma formação geológica na Turquia que lembra os contornos de uma embarcação. Contudo, escavações comprovaram que há algo no interior desse “barco” e que seu interior data de 5.000 anos atrás – a mesma época de quando teria ocorrido o dilúvio bíblico.
O projeto começou em 2021 e está em andamento, mas a análise inicial determinou que as amostras continham materiais argilosos, marinhos e frutos do mar. Segundo os pesquisadores, esses resultados significam que a atividade humana esteve presente no monte em forma de barco entre 5.500 e 3.000 aC. A notícia foi compartilhada por veículos como o Daily Mail, UNILAD e New York Post.
A Bíblia afirma que a arca teria parado nas “montanhas de Ararat”, na Turquia, após uma inundação de 150 dias que tomou a Terra (ao menos o que se conhecia dela) e todos os seres vivos que não estavam alojados dentro do navio de madeira.
A formação geológica localizada no distrito de Doğubayazıt, em Ağrı, tem sido um local potencial desde que foi descoberta em 1956. A montanha é o pico mais alto da Turquia, com 16.500 pés de altura e com um formato que lembra uma grande embarcação. Na bíblia, a arca media ‘300 côvados, 50 côvados, por 30 côvados’, algo como 156,9 metros de comprimento por 26 metros de largura e 15,8 metros de altura.
Uma equipe de especialistas liderada pela Universidade Técnica de Istambul (ITU), pela Universidade Andrews, dos EUA, e pela Universidade Ağrı İbrahim Çeçen (AİÇÜ), trabalha no local há quase um ano, coletando amostras que acreditam ser a chave para confirmar a história bíblica. A primeira parte do trabalho começou em dezembro de 2022, quando coletaram 30 amostras de fragmentos de rocha e solo que o laboratório da ITU analisou.
O Vice-Reitor da AİÇÜ, Professor Faruk Kaya, disse: ‘De acordo com as primeiras descobertas obtidas nos estudos, houve atividades humanas na região desde o período Calcolítico entre os anos 5.500 e 3.000 AC. Sabe-se que o dilúvio do Profeta Noé ocorreu há 5.000 anos. Em termos de datação, afirma-se que também existia vida nesta região. Isso foi revelado nos resultados de laboratório. Não é possível afirmar que o navio está aqui com a datação. Precisamos trabalhar muito para revelar isso”, explicou.
Embora seja considerado um evento histórico, a maioria dos estudiosos e arqueólogos não acredita na interpretação literal da história da Arca. O Dr. Andrew Snelling, Ph.D. da Universidade de Sydney, afirma que o Monte Ararat não poderia ser o local de “descanso” da arca porque a montanha só se formou depois que as águas do dilúvio baixaram.
Na Bíblia, Deus ordena a Noé que construa um vasto navio, a arca – capaz de salvar a si mesmo, sua família e uma representação dos animais do mundo. O dilúvio seria um castigo divino pela maldade e corrupção dos homens. Noé então teria sido considerado como sendo o único homem justo, tendo ele recebido a difícil missão divina, alvo do descrédito não apenas dos outros homens, mas também de gente de seu próprio núcleo familiar.
De acordo com a Bíblia, quando Noé completa a sua tarefa e Deus envia “dois animais de cada espécie” para a Arca, as águas do dilúvio sobem até que todas as montanhas fossem cobertas e a vida (exceto os peixes) fosse destruída.
Revista Monet