Os argentinos vão às urnas neste domingo (22) para definir quem será o novo presidente do país. O vencedor sucederá Alberto Fernández a partir de 10 de dezembro.
Assim como foi nas eleições primárias, além do novo presidente, também serão escolhidos 130 deputados e 24 senadores de oito províncias. Também há eleições para governador de Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos e Santa Cruz, e para o chefe do governo da cidade de Buenos Aires.
São cinco os candidatos que concorrem para ocupar a Presidência da Argentina:
- Sergio Massa, atual ministro da Economia e candidato do governo União para a Pátria;
- Javier Milei, do A Liberdade Avança;
- Patricia Bullrich, de Juntos pela Mudança;
- Juan Schiaretti, governador de Córdoba, do Hacemos por Nuestro País;
- Myriam Bregman, deputada pela Frente de Esquerda e dos trabalhadores.
Este ano, mais de 35 milhões de pessoas poderão ir às urnas votar, segundo o Observatório Político Eleitoral do governo nacional.
O que está em jogo?
O analista e pesquisador argentino Carlos Germano, diretor da consultoria Carlos Germano y Asociados, disse que, nestas eleições, o que está em jogo é o fim de um ciclo.
Ele estacou que o país enfrenta uma “transição plena de liderança política”, o que permitiu o aparecimento de figuras como Javier Milei, representante da extrema-direita do país.
“A ruptura entre cidadãos e lideranças políticas foi tão forte nos últimos anos que permitiu o aparecimento de uma figura que, com uma síntese brutal na sua campanha política, conseguiu captar claramente os jovens a partir dos 40 anos”, afirmou Germano em referência a Milei.
Por sua vez, o consultor e analista político Federico González, diretor da Federico González y Asociados, acredita que a Argentina enfrenta uma dicotomia nas próximas eleições: a defesa da democracia e vontade de transgredir as instituições.
“Um fato importante que está em jogo é o republicanismo versus a transgressão das instituições, uma variante irmã do conceito de ‘Civilização e Barbárie’”.
González acrescentou que “no plano político, por um lado, está em jogo o rosto da República e, por outro, uma espécie de ‘Se não gosto da Constituição, agirei conforme o meu desejo’”.
Na mesma linha conceitual, mas com algumas variações em relação aos seus colegas, a pesquisadora e analista de opinião pública Shila Vilker expressa que “a política argentina está numa espécie de encruzilhada”.
A diretora da consultoria Tres Punto Zero considera que “existe um grande acordo social, mesmo entre os eleitores do partido no poder, de que a situação atual não pode continuar”.
“Para alguns, é uma mudança total de sistema. Para outros, é uma mudança de ação. Para outros, é uma mudança de sentido em relação ao rumo que a Argentina está tomando. De qualquer forma, o significado da mudança não é muito claro”, acrescenta Vilker na sua explicação.
Neste sentido, a analista firma haver “um ponto de virada num processo que não pode continuar na inércia e tem que reorientar o seu curso e identidade”.
Fonte: CNN Brasil.