O Departamento de Estado dos EUA tornou público, nesta sexta-feira (20), um relatório especial com uma investigação sobre o Nova Resistência, um grupo de orientação neofascista com ligação pró-Rússia, instalada dentro do Partido Democrático Trabalhista (PDT). O governo americano acusa o movimento, braço nacional do movimento New Resistance, de serem exportadores de desinformação russa no país.
O grupo, alega o Departamento de Estado americano, atua em coordenação com Moscou para defender uma agenda pró-Rússia, alinhada com os preceitos de Alexander Duguin, considerado um dos mentores intelectuais da estratégia global de Vladmir Putin. Um dos eixos de atuação estaria na propaganda pró-Rússia na invasão da Ucrânia,
“Os esforços da organização não se limitam à coordenação política e à filosofia, estendendo-se também ao apoio a atividades paramilitares”, anota o departamento de Estado em seu sumário-executivo. “Além da propaganda aberta e da desinformação da Nova Resistência em apoio à guerra da Rússia contra a Ucrânia, a organização tem se envolvido em esforços visando mobilizar brasileiros a fim de lutar ao lado da Rússia e de seus representantes na região de Donbass, no leste da Ucrânia.”
Os americanos ainda acusam o grupo de atuar junto a uma Rede Sincrética de Desinformação, ligadas diretamente a Duguin e a outros nomes que são ou já foram próximas do Kremlin, como o do ex-chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.
O relatório completo tem 27 páginas e fui disponibilizado apenas em inglês, e define o braço brasileiro como o mais avançado do grupo no mundo todo.
O grupo de extrema-direita está infiltrado dentro do PDT. No ano passado, o líder do grupo, Raphael Machado, chegou a ser expulso da legenda — apesar de a legenda reconhecer ter dificuldades para encontrar e retirar os nomes ligados ao movimento pró-Rússia das suas fileiras. Não se sabe ao certo, hoje, quantos deles ainda estão ligados ao Partido.
Créditos: Crusoé.