Com 581,3 milhões de toneladas movimentadas no período, o resultado só perde para o registrado no primeiro semestre de 2021
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgou nesta segunda-feira (15) que a movimentação portuária de cargas no Brasil no primeiro semestre teve o segundo melhor resultado da história, atrás somente do registrado no mesmo período em 2021. No comparativo, houve queda de 3,3%.
Segundo o superintendente da Antaq José Neto, espera-se que o setor cresça no segundo semestre, com a possibilidade de movimentação de 631 milhões de toneladas para a segunda metade do ano. Isso representa uma alta de 2,9% em relação aos últimos seis meses do ano anterior.
A diminuição na movimentação portuária neste primeiro semestre em relação ao período do ano passado ocorre por conta de uma base de comparação muito forte, de acordo com os técnicos da Antaq.
A queda foi destacada como resultado do desaquecimento do mercado internacional e pelo aumento da inflação no país.
Segmentos
Os números relativos aos segmentos do agronegócio foram o destaque na primeira metade do ano. O setor agrícola apresentou alta de 2,1% na movimentação de cargas neste primeiro semestre.
Já os segmentos de petróleo, óleo e gás (-6,6%); mineração (-6,4%); e contêineres (-4,4%) tiveram queda.
“Combustíveis ainda está com uma performance muito boa para o primeiro semestre de 2022 em relação à série histórica. Além disso, houve uma oscilação nos contêineres, mas a categoria tem mostrando uma tendência de continuar estável”, afirmou Fernando Serra, superintendente da Antaq.
“A única parte que está muito afetada é a parte de minerais, principalmente o minério de ferro, que tem caído ao longo do tempo”, acrescentou.
Cargas
Commodities como minério de ferro, soja e petróleo puxaram a diminuição da movimentação dos granéis, enquanto a celulose puxou a alta em “carga geral”.
Granel sólido (-4,4%), granel líquido (-4,5%) e contêineres (-4,4%) apresentaram quedas semelhantes, na casa dos 4%. Já as cargas gerais tiveram acréscimo de 18,6% em comparação com o primeiro semestre de 2021.
“O mercado de celulose não sentiu o impacto da pandemia, e o Brasil é o segundo maior produtor e o primeiro exportação. É um mercado em expansão, que se alia ao papel utilizado em embalagens e produtos de higiene, o que manteve o setor aquecido. Então, em termos de cargas gerais, tivemos uma movimentação significativa”, pontuou o superintendente José Neto.
Portos públicos
Nos portos públicos, apenas Santos (SP) e Itaqui (MA) registraram aumento na movimentação do primeiro semestre, ante o mesmo período do ano passado.
No porto de Santos, foram 62,6 milhões de toneladas, alta de 5,6%.
Em Itaqui, o crescimento foi de 1,6%, com 15,7 milhões de toneladas movimentadas.
Milho é destaque
Apesar da movimentação geral do setor portuário ter registrado um decréscimo no primeiro semestre do ano, a carga agrícola apresentou variação positiva.
O destaque foi para o milho, cuja movimentação nos primeiros seis meses, em comparação com o mesmo período do ano passado, cresceu 121%. No geral, a carga agrícola teve alta de 2,1%, embora a movimentação da soja tenha caído 11,2%.
A expectativa da Antaq é que a movimentação do milho continue em evidência no segundo semestre.
A celulose também foi destaque entre as altas, com crescimento de 27% na movimentação de janeiro a junho.
O produto foi o responsável por impulsionar os números de carga geral, que teve alta de 18,6%.
Técnicos da Antaq ressaltaram que o mercado de celulose não sentiu os impactos da pandemia, o que favoreceu a movimentação no Brasil – segundo maior produtor do mundo e o primeiro em exportação.
*Com informações de Agência Estado