A Rede Globo foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização de R$ 30 mil para o goleiro Alexandre Cajuru. A emissora foi considerada culpada por reprisar um lance envolvendo a falha do então atleta do CSA, de Alagoas, em uma vinheta do Sportv, em 2020. A decisão cabe recurso.
A falha ocorreu no dia 21 de agosto de 2020 em jogo entre CSA e Ponte Preta, disputado em Campinas (SP), válido pela quinta rodada da série B do Campeonato Brasileiro.
Aos 22 minutos do primeiro tempo, Cajuru tomou um gol ao não conseguir segurar uma bola fácil que havia sido chutada de muito longe.
“Cajuru, que é isso?”, disse o locutor da Sportv, canal de esportes por assinatura da Globo, na ocasião. O CSA acabou perdendo a partida por 2 a 1.
Na ocasião, O CSA abriu o placar com Marquinhos, mas cedeu o empate à Ponte Preta em falha de Alexandre Cajuru. Depois de um chute de longe, o atleta desviou a bola para o próprio gol.
Exposição excessiva do goleiro
Depois do jogo, a Sportv resolveu criar um vídeo chamado “Os Vacilos dos Goleiros do Brasileirão”, apresentando falhas dos goleiros em inserções em sua programação.
Cajuru processou a Globo em maio de 2021 dizendo que a sua falha foi exibida todos os dias desde setembro de 2020 na grade de jogos da emissora. De acordo com o goleiro, apenas o seu erro e o de um outro atleta fizeram parte do quadro.
O atleta declarou que a exibição repetitiva do gol acabou com a sua carreira.
Segundo o advogado do atleta, “após o massacre que a emissora proporcionou, o autor [do processo] não conseguiu renovar seu contrato e tem tido muitas dificuldades para conseguir contrato com equipes da primeira divisão”.
Cajuru, de 31 anos, defendeu o Jacuipense-BA em 2021 e está sem clube no momento.
O goleiro afirma ter sofrido abalo emocional após a falha. Cajuru disse no processo que já havia sofrido um grande abalo emocional por causa da falha e se sentia culpado.
Porém, achava que os torcedores e os dirigentes se esqueceriam, com o tempo, do lance.
“A Globo, com nítido cunho vexatório, não deixa a sociedade esquecer”, afirmou o advogado no processo.