Com os novos conflitos entre Israel e o grupo terrorista Hamas, iniciado no dia 7 de outubro, civis estão buscando abrigo em bunkers a fim de se protegerem de ataques. As estruturas subterrâneas ou fortificadas são construídas para servir como proteção em situações de guerra, desastres naturais ou outras ameaças. O Ministério de Defesa israelense estima que existam cerca de 1,5 milhão de redutos desse tipo no país.
O objetivo do bunker é claro: fornecer segurança em meio ao caos da guerra.
Veja como funciona a estrutura:
A população deve buscar os bunkers todas as vezes que as sirenes das cidades forem acionadas. Esse sinal é responsável por avisar aos moradores que um ataque foi identificado no espaço aéreo local, sendo necessário buscar abrigo. A orientação é que todos procurem proteção em até 10 minutos após o soar da sirene.
Especificações de um bunker
Pelas normas gerais, um bunker privado deve ficar, no mínimo, a 2 metros de profundidade e pode possuir área útil de 9 metros quadrados, embora espaços menores, como de 5 metros quadrados, também sejam permitidos. As paredes e tetos são construídos com no mínimo 30 centímetros de concreto maciço e reforçados com uma malha de vergalhões de aço, garantindo a resistência.
O piso tem uma espessura de 20 a 30 centímetros, proporcionando estabilidade adicional. Portas e janelas herméticas de aço com trancas que penetram profundamente nas paredes são características essenciais para impedir a entrada de elementos nocivos.
Sistema de ventilação e energia
A ventilação em um bunker acontece por meio de um respiradouro simples, semelhante a um snorkel de mergulhador, ou mediante um sistema de ar-condicionado. Para garantir o fornecimento de alimentos durante um longo período, é comum abastecer a despensa do bunker com itens não perecíveis, como enlatados, leite em pó, sal, mel, frutas secas e até comida para bebês.
A princípio, a energia é fornecida a partir da superfície, mas, devido ao risco de ficar sem essa fonte, os bunkers são equipados com geradores a diesel, gasolina ou gás natural ou baterias modulares de 1.500 watts para garantir autonomia energética. O bunker deve ter pelo menos três tomadas elétricas, incluindo uma de telefone e outra de TV e rádio.
Gestão de resíduos e saneamento
O lixo é cuidadosamente acondicionado em sacos de polietileno e, em seguida, colocado em contêineres herméticos a fim de conter odores. Para o saneamento, é usada uma fossa séptica ligada aos ralos das pias e ao vaso sanitário. Essa fossa, com capacidade de mil litros, fica em um nível mais baixo, a pelo menos 3 metros do bunker.
Comunicação e limitações
A comunicação no bunker é desafiadora, uma vez que, a uma profundidade de 2 metros ou mais, os celulares não funcionam. A comunicação com o mundo exterior é mantida por meios que usam fiação, como a linha telefônica comum. Água é armazenada em caixas d’água para garantir o suprimento.
Bunkers públicos e saídas de emergência
Os bunkers públicos geralmente contam com saídas de emergência, que consistem em passagens estreitas, semelhantes a pequenas janelas, para permitir a evacuação em situações críticas.
Metrópoles
Fotos: Yanka Romão/Metrópoles.