Uma professora que integrou um grupo de trabalho do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania repostou uma publicação no X (antigo Twitter) que celebrava o ataque do grupo extremista palestino Hamas a civis israelenses. A postagem também diz que a ação é o “início do desaparecimento” do Estado sionista de Israel.
Francirosy Barbosa, que leciona antropologia na USP (Universidade de São Paulo) no campus de Ribeirão Preto e é especialista em estudos sobre o Islã, também fez uma postagem em seu perfil onde declarou “apoio total à luta do povo palestino”. Depois, ela apagou seu perfil no X.
Francirosy fez parte do grupo de trabalho que produziu um relatório de recomendações para o enfrentamento ao discurso de ódio e ao extremismo no Brasil. O documento foi finalizado em julho de 2023.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania afirmou que Francirosy não trabalha e nem trabalhou no ministério, mas apenas contribuiu com o grupo de trabalho como parte de uma equipe da sociedade civil composta por especialistas no tema. Conforme o ministério, ela não recebeu qualquer remuneração do governo por sua participação no relatório.
O jornal digital também procurou a professora Francirosy Barbosa por e-mail para comentar sobre as publicações, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Leia a íntegra da resposta do governo:
“A professora Francirosy Campos Barbosa não trabalha e nem trabalhou no MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania). Como integrante da sociedade civil, Francirosy fez parte do “Grupo de trabalho, composto por 27 representantes da sociedade civil e 18 do governo federal, para apresentação de estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo, e para a proposição de políticas públicas em direitos humanos sobre o tema”, criado em 23 de fevereiro de 2023, por meio da Portaria nº 130/2023. Os trabalhos do referido grupo tinham duração de 180 dias. O colegiado foi dissolvido quando os estudos se encerraram com a entrega do relatório do GT, no dia 03 de julho deste ano.
“A participação no Grupo de Trabalho é considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. O GT era formado por pessoas de diversas culturas e religiões, todos estudiosos ou especialistas no assunto. Havia também membros da comunidade judaica. Todos os convidados trabalharam juntos na construção do relatório – que está disponível ao público – e de forma pessoal, isto é, sem o envolvimento de instituições.”
Créditos: Poder 360.