Bebês assassinados — alguns degolados. Mulheres estupradas, tendo seus cadáveres mutilados desfilando nus em carros. Crianças enjauladas. Israelenses sequestrados, usados como escudo humano — e sendo ameaçados de terem suas execuções filmadas. Algo disso é suficiente para fazer Lula chamar o Hamas de terrorista?
Na verdade, algo disso é suficiente para fazer Lula mencionar o nome do Hamas? Aquele mesmo grupo terrorista que comemorou a eleição de Lula, dizendo que Lula eleito era “uma vitória para o povo palestino”, e que também assassinou 1,2 mil pessoas só nos últimos cinco dias.
Até a Folha de S.Paulo conseguiu! Claro, depois de 35 anos de reféns como escudos humanos, de sequestros de civis, de sabe-se lá Alá quantos atentados terroristas. Possivelmente tenham pensado no que o próprio Hamas pensa de certos comportamentos comuns na Folha.
Mas pensemos em Lula. Talvez seja algo institucional: só mencionar o nome do Hamas se for para elogiar — não para lembrar de mulheres estupradas e desmembradas como tática de guerra.
Falando em institucional, o ministro das Relações Institucionais de Lula, Alexandre Padilha, recebeu dois dias antes da eclosão da guerra o apoiador do Hamas Sayid Tenório, vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (nessas horas, falam em nome de toda a Palestina, como se palestinos fossem todos membros do Hamas).
Sayid Tenório respondeu à foto de uma mulher israelense com sangue nas calças, provavelmente estuprada, com um deboche: “Isso é marca de m****. Se achou nas calças”, seguido por um emoji rindo. A jovem, identificada como Mefal Adam, foi posteriormente queimada viva pelo Hamas. Geria creches em Israel. Não se tem notícia de alguma feminista criticando o, digamos, deslize do grupo de “resistência palestina”.
Será que temos uma declaração do senhor Alexandre Padilha dizendo que, digamos, a brincadeira da calça foi meio exagerada? Ou de Lula, afiançando que também não precisava botar fogo na jovem? Ou basta exonerar o sr. Sayid Tenório, apagar seus perfis e, mais uma vez, não citar o nome do Hamas?
Sayid Tenório é colunista do site extremista Brasil247, trabalha para o deputado Marcio Jerry, do PCdoB (o mesmo que enfiou o nariz no cabelo, pelas costas, da deputada Júlia Zanatta, e a esquerda ainda quis punir a deputada, ao invés de punir o cafungador), trabalhou como chefe de gabinete ligado à presidência no governo Dilma e foi secretário parlamentar do petista Jilmar Tatto.
Basta comparar o furdúncio que a esquerda fez com Bolsonaro por conta do motorista Queiroz para notar a diferença. Queiroz era capa de todas as revistas, gerava memes, foi martelado por 2 anos (só substituído pela pandemia) e parecia capaz de derrubar o governo. Já alguém com cargo de 20 mil no governo Lula rindo de estupros merece uma notinha xoxa e muda-se de assunto.
Talvez não seja apenas institucional: talvez o silêncio de Lula sobre o grupo terrorista seja uma questão diplomática. Celso Amorim, assessor especial da presidência, prefaciou o livro Engajando o Mundo: a Construção da Política Externa do Hamas.
Não se sabe se o livro versa sobre sequestros de idosos, estupros coletivos, judeus sendo trancados dentro de suas casas e sendo queimados vivos e a negação do Holocausto como meios de “construir a política externa do Hamas”. Menos ainda se o livro comenta a “Aliança Hamas”, carta de fundação do grupo terrorista, que preconiza, em seu artigo 13, que “não há assentamentos possíveis. A jihad é a única resposta”, e em seu artigo 15, que “o dia em que o inimigo usurpa parte de uma terra muçulmana, a jihad torna-se a obrigação individual de cada muçulmano”.
Como se sabe, “o amor venceu”. É como a esquerda descreve a vitória de Lula, após a imposição da confessada censura e perseguição a um dos lados em disputa. Os mesmos “amorosos”, incluindo MST e deputados do PT, Psol e PCdoB, foram contra a inclusão do Hamas como organização terrorista há meros 2 anos.
Talvez não fosse o caso de o Congresso questionar Lula se tem alguma crítica a fazer ao Hamas? Algum descomedimento, talvez. Ou algum descuido. Não apenas o Congresso, mas toda a mídia. Nenhuma outra pergunta importa nesses dias. Temos certeza de que, se fosse Bolsonaro, não haveria outro assunto no país.
E será que Sâmia Bomfim, do Psol, tem algo a dizer sobre as relações entre feminismo e defender o Hamas estuprando mulheres em massa? Érika Kokay poderia explicar mulheres queimadas vivas? Zeca Dirceu tem algum comentário sobre bebês degolados? Glauber Braga poderia discorrer sobre crianças colocadas em jaulas? Jandira Feghali não achou que mísseis sobre civis é um pouco demasiado? Ivan Valente acha normal negar o Holocausto? Paulo Pimenta vai assistir ao Hamas executar reféns ao vivo? Orlando Silva tem alguma objeção à jihad contra judeus? Talíria Petrone poderia nos dar uma aula de história sobre como mulheres reféns infiéis são tratadas pelos terroristas do Hamas?
Mera curiosidade, é claro.
Revista Oeste