O telescópio espacial Hubble, o “primo mais velho” do supertelescópio James Webb, continua operando e fazendo registros inéditos e surpreendentes do nosso Universo.
Nesta semana, atestando que o instrumento lançado pela Nasa em 1990 não envelheceu e continua importante para ciência, o Hubble divulgou tanto uma imagem de uma estrutura espacial cintilante e colorida como novos dados sobre a história cósmica de uma estrela supergigante.
A foto publicada em conjunto pela Nasa e a Agência Espacial Europeia (veja imagem acima) mostra a região da Nebulosa de Órion (um local de formação de estrelas) em torno do objeto Herbig-Haro HH 505, a cerca de 1.000 anos-luz da Terra.
A agência espacial norte-americana explica que essas são regiões de nebulosidade associadas a estrelas recém-nascidas. Elas são formadas quando ventos estelares ou jatos de gás expelidos dessas estrelas formam ondas de choque que colidem com gás e poeira a altíssimas velocidades.
“Esses ventos expelidos são visíveis como estruturas curvilíneas graciosas na parte superior e inferior desta imagem. Sua interação com o fluxo em grande escala de gás e poeira do núcleo da nebulosa os distorce em curvas sinuosas”, explica a Nasa.
Ainda segundo a Nasa, a imagem foi capturado por meio de um instrumento do Hubble que pesquisa grandes áreas do espaço com uma enorme precisão de detalhes.
Astrônomos que estudam as propriedades desses fluxos de alta energia foram quem fizeram o flagra.
Betelgeuse: um estrela supergigante vermelha
Nesta mesma semana, depois de analisar dados científicos do Hubble e de vários outros observatórios, um grupo de astrônomos também revelou que a estrela supergigante vermelha Betelgeuse, uma das maiores estrelas já conhecidas, produziu uma gigantesca explosão cerca de 400 bilhões de vezes maior que emissões do tipo provocadas pela nossa estrela, o Sol.
Nesse processo, segundo revelou a Nasa em um comunicado, a estrela perdeu uma parte substancial de sua superfície, produzindo uma gigantesca ejeção de massa várias vezes maior que o tamanho da nossa Lua.
A Nasa explica que isso é “algo nunca antes visto no comportamento de uma estrela normal” e que a supergigante vermelha que fica a cerca de 530 anos-luz da Terra ainda está se recuperando lentamente dessa “reviravolta catastrófica”.
“Nunca vimos uma enorme ejeção de massa da superfície de uma estrela”, afirmou Andrea Dupree, cientista do Centro de Astrofísica de Harvard & Smithsonian em Massachusetts, nos Estados Unidos.
“É um fenômeno totalmente novo que podemos observar diretamente e resolver detalhes da superfície com o Hubble. Estamos assistindo a evolução estelar em tempo real”, complementou.
Betelgeuse está entre as mais brilhantes estrelas que podem ser vistas no céu noturno. O astro é tão grande que, se ele substituísse o Sol no centro do nosso sistema solar, sua superfície externa se estenderia além da órbita de Júpiter.
De acordo com o comunicado da Nasa, a ejeção de material aconteceu em 2019, durou por alguns meses e foi facilmente perceptível mesmo por observadores amadores, visto que, à medida que se afastava a milhões de quilômetros da estrela, o material ejetado formou a nuvem de poeira que bloqueava a luz da estrela aqui na Terra.
Os cientistas agora esperam que o supertelescópio James Webb possa ser capaz de detectar o material ejetado pela supergigante, que continua se afastando da estrela.
Créditos: G1.