A ação de criminosos que balearam quatro médicos em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio, na quinta (5) é investigada como uma vingança pelo assassinato do traficante Paulo Aragão Furtado, conhecido como Vin Diesel, em 16 de setembro por milicianos.
Em vez do alvo da vingança, entretanto, os criminosos acabaram assassinando três dos médicos por engano, segundo as investigações.
A morte de Vin Diesel teve, segundo policiais, a participação de Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. Ele é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste.
Vin Diesel morreu no interior da comunidade da Gardênia Azul. Ele era um dos aliados do grupo de Philip Motta Pereira, o Lesk.
Segundo as investigações, Lesk teve a informação de que Taillon estaria no quiosque onde ocorreu o ataque aos médicos.
Filho de miliciano, conhecido como Taillon (à esquerda), seria o alvo e teria sido confundido com o médico Perseu (à direita) — Foto: Reprodução
A TV Globo obteve as informações com fontes nas polícias. Uma hipótese é a de que os traficantes tinham como alvo Taillon, que se parece com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. É Perseu que aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas. O médico morreu na hora.
Segundo apurou a TV Globo, o miliciano mora perto do quiosque onde ocorreu o crime.
Principais suspeitos
Os principais suspeitos de terem praticado o crime são os traficantes:
- Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, conhecido como BMW;
- Philip Motta Pereira, vulgo Lesk ou CR7
- outros dois criminosos do grupo, conhecido como “Equipe Sombra”, que são conhecidos pelos apelidos Ryan e Preto Fosco
Lesk foi o responsável por chefiar a invasão de traficantes e tomada do controle da comunidade da Gardênia Azul, em Jacarepaguá. Já BMW é homem de confiança de Lesk.
De acordo com investigações, Lesk era miliciano e trocou de lado passando a integrar o Comando Vermelho sendo abrigado por criminosos do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
A polícia investiga se uma pessoa viu o grupo sentado e informou aos assassinos. Na imagem da câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para conferir o Perseu, já baleado.
Isso explicaria, segundo fontes ouvidas pela TV Globo, um dos assassinos estar vestindo bermuda, traje incomum em casos de execuções feitas com planejamento. Os outros criminosos estavam com camisas e calças escuras, mas não cobriram os rostos.
O Departamento de Homicídios da Polícia Civil mobilizou equipes para a investigação. Um dos objetivos é refazer o trajeto do veículo usado no crime.
A Polícia Civil do RJ acredita que houve uma execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando. Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada falaram.
O vídeo mostra que, assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 33 disparos. De acordo com a câmera de segurança, o crime aconteceu à 0h59.
G1