O corregedor-geral do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Motauri Ciochetti, criticou duramente promotores por supostos desvios de conduta, como trabalhar de casa (home office) indevidamente, fora da escala de teletrabalho, “terceirizar” suas atribuições a assistentes e fazer política dentro da instituição.
⏯️ Corregedor dá esculacho em colegas do MPSP: “Coisa de moleque”.
Em reunião gravada, corregedor-geral do Ministério Público (MPSP) faz críticas duras a supostos desvios de conduta de promotores.
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— Metrópoles (@Metropoles) October 4, 2023
“Além de ser coisa de moleque irresponsável e inconsequente, as consequências virão”, afirmou Ciochetti durante uma reunião com promotores realizada por videoconferência nessa terça-feira (3/10).
Na mesma reunião, o corregedor-geral disse ainda que malfeitos dentro do MPSP vão acabar resultando em reações da classe política que vão “mutilar”, por exemplo, a paridade da remuneração de procuradores com o Poder Judiciário.
Ciochetti disse que esses comportamentos vão levar a instituição para um “barranco” semelhante ao da “Polícia Civil”, que, segundo ele, está “degradada” em razão de seus quadros terem colocado interesses “pessoais” acima dos interesses da instituição.
O encontro foi convocado para tratar, sobretudo, das eleições para a Corregedoria-Geral do MPSP e para a lista tríplice ao cargo de procurador-geral de Justiça, que é encaminhada em seguida ao governador para que ele escolha o novo chefe do Ministério Público paulista. As eleições ocorrem em abril do ano que vem e costumam acirrar os ânimos entre grupos adversários.
“Há sério risco de o Ministério Público implodir, erodir por comportamentos internos de guerras, ofensas, de agressões, ouvidas por questões de cunho político. Isso a corregedoria não irá admitir, em nenhuma circunstância, venha de quem vier”, disse Ciochetti.
Ele disse ainda que não admitirá que se faça política na corregedoria e que quadros dispostos a fazer campanha por candidatos devem deixar o órgão.
Além do alerta sobre as eleições, o corregedor passou a tecer duras críticas sobre o teletrabalho. Disse ser contra o home office no MPSP e que parte dos promotores e procuradores tem abusado do direito a dar expediente em casa.
Ciochetti disse que, inicialmente, a corregedoria tem feito recomendações aos membros do MPSP. Quando elas são descumpridas, estão propondo acordos que implicam sanções aos promotores.
“E já digo: as propostas desse acordo são não acumular e não realizar teletrabalho por no mínimo seis meses. Querem correr o risco? Além de ser coisa de moleque irresponsável e inconsequente, as consequencias virão. E não pensem que a Corregedoria não sabe de onde os colegas estão trabalhando. Isso é muito fácil”, disse.
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