O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça (3) que a estatal não descarta mais um reajuste no preço dos combustíveis ainda neste ano, por conta das oscilações do preço do petróleo no mercado externo e da cotação do dólar, que bateu o dia em R$ 5,15, a maior alta desde março.
A declaração foi dada durante um evento comemorativo pelos 70 anos da estatal, no Rio de Janeiro.
Prates diz que o mercado de combustíveis enfrenta o que chamou de uma “tempestade perfeita” pelas restrições das exportações de diesel da Rússia, que atuava como um “colchão de amortecimento” para os preços, além do aumento no custo do petróleo, que recentemente ultrapassou a marca de US$ 95 por barril.
“A nova política de preços da Petrobras, que caminha junto com a política energética e do setor do petróleo do governo brasileiro, minimiza e mitiga efeitos de volatilidade de preços lá fora. Isso não quer dizer que a empresa não acompanha a referência do preço em novos patamares. Já fizemos um ajuste e estamos agora analisando justamente antes do final do ano, mas não temos isso como concreto”, disse a jornalistas.
O presidente da Petrobras enfatizou que a atual política de preços da empresa, que considera um intervalo entre o custo marginal e o custo alternativo do cliente, tem funcionado bem em meio à volatilidade do mercado internacional.
De acordo com o monitor da Petrobras com base em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina está custando R$ 5,80 em média nos postos brasileiros, de acordo com o último levantamento realizado entre os dias 24 e 30 de setembro. A mesma pesquisa apontou que o óleo diesel é vendido, em média, a R$ 6,22 nas bombas — o governo aumentou a alíquota de PIS/Cofins no último domingo (1).
Embora Prates não tenha especificado quando um possível reajuste poderia ocorrer, ele deixou claro que as discussões internas estão em andamento para avaliar a necessidade e o valor do ajuste. Recentemente, a Petrobras anunciou um aumento de 5,3% no preço médio de venda do querosene de aviação (QAV) para as distribuidoras, mas destacou que, desde janeiro, o QAV acumula uma redução de 12,6% em seu preço médio em relação a dezembro de 2022.
Gazeta do Povo