Nos corredores políticos de Brasília, as chances de o Ministro da Justiça, Flávio Dino, ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) parecem estar diminuindo consideravelmente, apesar de ser considerado o favorito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a próxima nomeação. O cenário político que rodeia essa possível indicação tem ganhado complexidade, com articulações nos bastidores que podem comprometer o caminho de Dino até a mais alta corte do país.
A última reviravolta nesse enredo político aconteceu durante o aniversário do senador Renan Calheiros (MDB-AL), quando Flávio Dino abordou o senador Davi Alcolumbre, figura-chave na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que tem a responsabilidade de pautar a sabatina do nome indicado pelo presidente ao STF. Dino teria se dirigido a Alcolumbre com uma mensagem conciliatória, dizendo: “Não me queira mal, presidente.”
A resposta de Alcolumbre, que é presidente da CCJ, lançou luz sobre as complexidades políticas envolvidas: “O seu problema não sou eu, é o PT. O PT quer a vaga, e tu és do PSB”, respondeu Alcolumbre em um tom amistoso. O diálogo foi seguido por um abraço entre os dois, mas deixou claro que o terreno para a indicação de Dino está repleto de obstáculos.
Malu Gaspar, colunista política renomada, informou que Alcolumbre tem compartilhado em reuniões com outros senadores que, caso Flávio Dino seja de fato o escolhido de Lula, enfrentará dificuldades significativas para ter seu nome aprovado no plenário do Senado. Esse é um ponto crucial, pois o indicado pelo presidente para o STF só pode assumir o cargo após ser sabatinado na CCJ e obter a aprovação do plenário, necessitando de pelo menos 41 dos 81 votos dos senadores.
O que torna essa situação ainda mais intrincada é a estratégia de Alcolumbre, que tem capitalizado a hostilidade já manifestada por bolsonaristas em relação a Flávio Dino para criar um ambiente de desconfiança não apenas no governo, mas também na base de apoio de Lula. Esse movimento nos bastidores busca minar as chances de Dino e, potencialmente, abrir espaço para outras nomeações que contem com um consenso mais amplo.
À medida que as negociações políticas prosseguem e os interesses partidários se chocam, o destino de Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal permanece incerto. O tabuleiro político brasileiro segue evoluindo, e apenas o tempo dirá qual será o desfecho dessa disputa nos bastidores do poder.