O dólar hoje rompeu a barreira dos R$ 5 após mais de um mês abaixo do patamar de R$ 5. A alta desta quarta-feira (27) vem na esteira das indicações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá manter o nível dos juros elevados por mais tempo.
Na última hora, a moeda renovou máximas, acompanhando o fôlego renovado nos juros dos Treasuries (títulos públicos americanos), e é negociado em torno de R$ 5,07 no mercado à vista.
Ao Broadcast, Mauriciano Cavalcanti, diretor de câmbio da Ourominas, disse que a alta reflete a tendência de migração de recursos para a renda fixa americana, levando em conta as sinalizações de que os juros dos Estados Unidos permanecerão elevados, inclusive com chance de elevação das taxas básicas.
Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, diz que o dólar deve continuar a oscilar próximo dos R$ 5 nos próximos dias. Além do cenário externo nebuloso, um fator sazonal também pesa sobre a moeda, uma vez que as tesourarias bancárias começam outubro já atentas às oportunidades de compra para efetuar remessas ao exterior.
Nesta quarta, o presidente da distrital do Federal Reserve em Minneapolis, Neel Kashkari, também disse que há um risco de que os juros americanos precisem subir mais se os aumentos já implementados não desacelerarem a economia como se espera. As taxas dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano), que caíam mais cedo, passaram a subir nos vencimentos intermediários e longos.
O fortalecimento dos rendimentos das Treasuries longas pesa na curva de juros local e o dólar acima dos R$ 5 também ajudam a deixar as taxas em alta, com destaque para os vencimentos médios e longos dos contratos de depósito interfinanceiro (DIs).
Estadão/Investidor