Uma arara-canindé surpreendeu novamente policiais militares ao entrar em uma viatura, quando os PMs se preparavam para começar o dia de trabalho, na manhã dessa segunda-feira (25/9) em Ilha Solteira, no interior de São Paulo (assista abaixo).
⏯️ Arara reencontra PMs e faz “bico” durante ronda em SP.
Arara-canindé voltou a entrar em viatura em Ilha Solteira; visita aconteceu durante a ronda de um PM com quem já havia se encontrado antes.
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— Metrópoles (@Metropoles) September 26, 2023
A mesma ave “fez ronda” com os policiais em 3 de julho, entre eles o cabo Walter Galli Neto, de 42 anos, que se sentiu privilegiado com a “coincidência” do segundo encontro.
Ele relatou ao Metrópoles, na manhã desta terça-feira (26/9), que juntamente com o seu parceiro, o soldado Wrrigley Nunes Leal, 35, preparava-se para começar sua ronda, por volta das 7h30, quando a arara pousou na janela, do lado do passageiro.
“Olha quem tá de volta. Apareceu hein. Bora dar uma patrulhada, vamos embora”, afirma o cabo, enquanto registra o momento com o celular.
Ele ressaltou que dirigiu em baixa velocidade, dentro do posto de combustíveis, para conseguir gravar com o celular a presença da arara na viatura, e também para não cometer nenhum tipo de infração de trânsito.
“Sabe, quando a gente faz alguma postagem, graças a Deus a maioria fala bem. Mas sempre alguém quer criticar, então estamos dentro do posto e veio essa ararinha, famosa arara, querendo dar uma patrulhada.”
O reencontro durou cerca de 20 minutos, de acordo com o cabo Galli.
Arquivo Pessoal
Ronda e abordagem
Quando a arara apareceu pela primeira vez, em 3 de julho, ela chegou a acompanhar o cabo Galli e seu parceiro na ocasião, o cabo Marcos Antônio da Silva, em uma ocorrência.
Os policiais foram acionados para atender a um chamado de um morador de um rancho que havia sido alvo de um furto.
“Fizemos contato com o morador e fomos surpreendidos novamente pela mesma arara, pousando sobre o teto da residência e, depois, em nosso braço, em uma cerca. Isso durou uns 40 minutos”, acrescentou o PM Galli na ocasião.
Da mata para a cidade
A arara-canindé habita países da América do Sul e Central. No Brasil, seus ambientes naturais vão da Mata Atlântica à Amazônia e do Pantanal ao Cerrado.
Por causa do desmatamento e da degradação de seu habitat natural pela ação humana, as aves se adaptaram ao ambiente urbano.
Segundo o Instituto Arara Azul, as araras-canindé conseguem viver em cidades onde há a oferta de árvores frutíferas, que lhes proporcionam alimento e locais adequados para reprodução.
“Principalmente pelo fato desta espécie estar bastante habituada às cidades, os impactos urbanos se tornam frequentes, como a poluição sonora, eletrocussão em cabos elétricos, ataques por animais domésticos, colisão em prédios, acidentes com fios de pipa, atropelamentos e conflitos com seres humanos”, alerta o instituto. O tráfico de animais silvestres também é uma ameaça constante.
Apesar de o estado de conservação da espécie ser classificado como “menos preocupante”, o instituto reforça o alerta de que os fatores acima mencionados estão contribuindo para a diminuição das populações de araras-canindé.
Metrópoles