Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo revela que um grupo ligado ao empresário Jorge Paulo Lemann ganhou espaços estratégicos no governo Lula na área da educação.
De acordo com a publicação, a ONG MegaEdu, que é financiada por Lemann, fechou um acordo com o Ministério da Educação (MEC) para dar opiniões sobre a conexão à internet em escolas públicas e também foi alocada em um conselho do Ministério das Comunicações que define parte dos cerca de R$ 6,6 bilhões destinados à conexão no ensino público.
O jornal também revela que quem levou a MegaEdu para o MEC foi a secretária de Educação Básica, Katia Schweickardt, que até a semana passada constava como integrante do comitê de especialistas do Centro Lemann. O nome dela foi retirado após o Estadão questionar o MEC sobre a ligação das duas partes do acordo com Lemann.
A ONG MegaEdu, além de atuar no MEC e no Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), onde estão 40% dos recursos que a gestão federal estima investir até 2026, também está sendo convocada para opinar sobre o uso de R$ 3,1 bilhões de dinheiro privado que as operadoras de telefonia foram obrigadas a investir para arrematar faixas do leilão do 5G.
Procurada pelo Estadão, a MegaEdu declarou não haver conflito de interesses. A Fundação Lemann afirma que a ONG tem reconhecimento e legitimidade para atuar junto ao governo federal.
O Ministério da Educação também defende a parceria, mas não comentou sobre a ligação com o empresário Jorge Lemann.