O irmão da ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, 43 anos, que morreu após cair do 17º andar do prédio em que morava na última quinta-feira (21/9), em São Paulo, afirma que o viúvo dela, Ricardo Mendes, não ajudou com os trâmites para liberar o corpo e os custos do velório. Ricardo também não compareceu ao sepultamento da campeã olímpica nesse sábado (23/9), em Belo Horizonte (MG).
Ao Uol, Wesley Oliveira, que liberou o corpo da irmã no Instituto de Medicina Legal (IML) de São Paulo na madrugada de sexta-feira (22/9), disse que fez “o que tinha que ser feito”. Ele também pagou os custos funerários que, segundo contou, foram de aproximadamente R$ 20 mil.
“Resolvi todas as burocracias, eu paguei todo o funeral. O marido da minha irmã não arcou com nada. Eu fiz o que tinha que fazer porque era minha irmã. Corri para o prédio no dia do incidente, resolvi todas as burocracias, eu paguei tudo. Tanto a parte do translado, até todos os custos gerais do funeral. No total, foram R$ 20 mil de custos. O marido da minha irmã não arcou com nada”, disse ele.
Walewska e Ricardo estavam em processo de separação. Minutos antes de cair do 17º andar, a ex-jogadora enviou uma mensagem ao marido, que estaria no apartamento do casal, em outro andar do prédio.
Wesley disse que o documento para liberar o corpo da irmã foi deixado na recepção do prédio por Ricardo. “Depois, precisei pegar uma roupa pra vestir minha irmã, ele também deixou na portaria para a funerária pegar. Não encontrei com ele em nenhum momento”, diz Wesley.
Procurado pelo Uol, Ricardo Mendes, viúvo de Waleswka, preferiu se manifestar por meio de um amigo. “O Ricardo está destroçado, em prantos, não para de chorar, está arrasado. Ele comprou a passagem, mas os pais dela pediram para ele não ir. Orientaram porque o clima estava meio pesado. Por isso ele não foi”, afirmou. Wesley nega que a família tenha pedido para que Ricardo não fosse ao funeral da atleta.
Mineira de Belo Horizonte
Walewska nasceu em 1º de outubro de 1979 e começou bem cedo a carreira profissional no vôlei. Em 1995, já era titular como meio-de-rede no Minas, onde ficou até 1998.
A atleta era conhecida pelas companheiras como amiga de sorriso fácil. “A Wal era puro sorriso, alegria, respeitava as pessoas. Só trazer esse testemunho de quem era a Walewska fora das quadras. Dentro, todo mundo percebia a postura de uma atleta exemplar e respeitada por todos”, afirmou Fabi, ex-companheira de Walewska na Seleção.
Antes dos 20 anos, já havia sido convocada para a Seleção Brasileira sob o comando de Bernardinho. Foi uma espécie de ligação entre uma geração mais antiga, com Márcia Fu e Ana Paula, e outra mais nova, com Tainara, por exemplo.
Com o Brasil, conquistou o ouro nos Jogos de Pequim, em 2008, e bronze nos Jogos de Sydney, em 2000. Ainda ajudou a Seleção a conquistar três títulos no Grand Prix (2004, 2006 e 2008), um na Copa dos Campeões (2013) e um nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1999.
Metrópoles