O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR), disse que a Justiça Eleitoral é “passível” de críticas. De acordo com o congressista, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, foi “mal interpretada” ao dizer que “não pode haver uma Justiça Eleitoral”.
Em entrevista ao jornal O Globo, Dirceu afirmou que dívidas contábeis não podem cassar mandatos. “Da maneira com que temos caminhado, em alguns anos não será eleito quem teve mais votos, mas quem teve o melhor contador”, disse.
A presidente do PT criticou a Justiça Eleitoral na última 4ª feira (20.set.2023) durante sessão da Câmara dos Deputados em que se discutia a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 9 de 2023. Depois da repercussão negativa, Gleisi disse ter sido mal compreendida.
Também conhecida por PEC da anistia, a proposta propõe perdoar punições às siglas que não destinaram ao menos 30% das reservas do Fundo Partidário para custear candidaturas femininas e de pessoas pretas e pardas nas eleições de 2022.
“Eu queria falar das multas do TSE. Os valores ditos aqui, R$ 750 mi, R$ 3 bi, R$ 23 bi, isso não é multa exequível, não tem como pagar, nós não temos dinheiro […] elas trazem a visão subjetiva da equipe técnica do Tribunal, que sistematicamente entra na vida dos partidos políticos, querendo dar orientação, interpretando a vontade de dirigentes, a vontade de candidatos. São multas que inviabilizam os partidos […] Não pode haver uma Justiça Eleitoral”, disse Gleisi na ocasião.
REFORMA MINISTERIAL
Em relação à reforma ministerial, Zeca Dirceu disse que as mudanças nos ministérios permitiram que o PT tenha uma base ampla na Câmara. Segundo estimativas do congressista, o partido tem de 350 a 370 votos na Casa Baixa.
Para Dirceu, o número, porém, não é suficiente para aprovar pautas de costume. “Nossas prioridades são combater a fome, criar empregos e estar com a economia equilibrada”, disse.
Os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos) e André Fufuca (PP) assumiram os ministérios dos Portos e Aeroportos e do Esporte, respectivamente, em estratégia para alocar partidos do Centrão na Esplanada. O objetivo é conquistar uma base de apoio ao governo mais sólida no Congresso Nacional para garantir a aprovação de medidas consideradas fundamentais ao governo.
Créditos: Poder 360.